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Tecnológicas nacionais apostam em inovação e vingam no estrangeiro

A AIP organizou hoje um seminário sobre «Inovação e Competitividade», onde três empresas portuguesas apresentaram as suas estratégias de desenvolvimento, que passa pela inovação e pela aposta no estrangeiro, onde ocorre grande parte, ou mesmo a totalidade

18 de Janeiro de 2005 às 16:21
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A AIP organizou hoje um seminário sobre «Inovação e Competitividade», onde três empresas portuguesas apresentaram as suas estratégias de desenvolvimento, que passa pela inovação e pela aposta no estrangeiro, onde ocorre grande parte, ou mesmo a totalidade, da sua actividade.

A Chip Idea estima crescer 30% em termos de vendas este ano depois de ter registado um crescimento superior a 77% em 2004, segundo declarações do responsável da empresa, José Epifânio da Franca.

A empresa esteve presente no seminário «Inovação e Competitividade» organizado pela Associação Industrial Portuguesa (AIP), juntamente com a Altitude Software e a Biotecnol, empresas que apostaram na inovação para crescerem. As empresas presentes no seminário defenderam que o futuro passa pela aposta no produto e não nos serviços pois não teremos (Portugal) nível competitivo contra a China ou Índia.

A Chip Idea registou em 2004 vendas de 13,1 milhões de euros, 77% superior aos 7,4 milhões registados no ano anterior, segundo declarações do responsável no seminário acrescentando que «não temos um único cliente em Portugal».

A Chip Idea cria componentes virtuais para semicondutores e nos últimos três anos constou na «Europe 500», listagem das 500 empresas com os maiores ritmos de crescimento na Europa. As ambições da empresa, segundo Epifânio da Franca, ligam-se à apropriação «do valor obtido pelos ‘chips’ dos nossos clientes», um mercado que o responsável avalia entre cinco e sete milhões de euros.

Os clientes alvo da empresa são agora as empresas que usam os «chips» e não, como até agora, as empresas que comercializam os «chips». Para isto é necessário «levantar o capital», processo que será posto em prática, apesar do responsável não ter avançado com datas.

Epifânio da Franca concluiu dizendo que é preciso fazer «três coisas simples» e uma «mais difícil». As simples são: «aprender novas linguagens», para poderem acompanhar a evolução do mercado, «pensar fora da ‘caixinha’», fora do espaço próprio, pensar no global e deixar apenas o local e por fim «desenvolver redes globais», onde o empreendorismo pessoal é crítico, as referências globais são importantes e a abertura cultural fundamental. A «cumplicidade nacional» foi considerado pelo responsável como a parte difícil visto não ser controlado pela empresa, «não depende de nós», reiterou.

Aposta no produto em detrimento dos serviços

A Altitude Software, representada por Gastão Taveira, acredita que é indispensável para uma empresa a «especialização no mercado global», se uma empresa «dispersar e não encontrar o seu nicho é difícil» vingar.

Gastão Taveira exemplificou com o caso do mercado chinês, reiterando que «o nosso (Portugal) valor acrescentado é o produto», na China «não vendemos serviços», pois não é este o sector que acresce valor àquela economia.

A Altitude lança «num produto novo em cada dois anos» e 15% do valor de vendas é investido na inovação, segundo o responsável da empresa. Taveira concluiu afirmando que «compete às autoridades assegurar a concorrência e em quem (empresas/ sectores) apostam», sugerindo que esta é uma das partes fundamentais para as empresas nacionais poderem vingar.

A Biotecnol, representada por Pedro Pissara, actua na área farmacêutica utilizando a tecnologia para que mais tarde outra empresa coloque o medicamento no mercado. Esta empresa apesar de estar sedeada em Portugal recorre a serviços, como a advogados e auditores, estrangeiros porque segundo o responsável isso confere alguma credibilidade à empresa.

A Biotecnol tem 153 patentes mundiais licenciadas e acredita que a estratégia a longo prazo da Biotecnol é a de se concentrar «cada vez mais no produto, porque em serviços penso que não seremos competitivos», de acordo com declarações de Pissara.

«A criação de uma empresa com base tecnológica é uma missão impossível em Portugal», afirmou o mesmo responsável acrescentando que «o Estado deve investir nas interfaces», nos centros de transferência tecnológica, «mais do que no financiamento de investigação e desenvolvimento».

«Tem de haver investimento privado e regulamentação adequada que contemple a propriedade das invenções», disse.

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