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TAP compromete-se a antecipar dinheiro em troca de créditos da Varig

A TAP foi escolhida pelo Conselho de Administração, Comissão Executiva e Fundação Ruben Berta para executar a primeira fase do processo de reestruturação da Varig que, além de implicar uma injecção de 62 milhões de dólares (51,52 milhões de euros), deverá

02 de Novembro de 2005 às 14:22
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A TAP foi escolhida pelo Conselho de Administração, Comissão Executiva e Fundação Ruben Berta para executar a primeira fase do processo de reestruturação da Varig que, além de implicar uma injecção de 62 milhões de dólares (51,52 milhões de euros), deverá envolver uma disponibilização superior de capital por antecipação dos créditos a receber dos pagamentos feitos por clientes através de cartões de crédito.

A injecção de capital inicial será de 62 milhões de dólares (51,52 milhões de euros), dos quais 21 milhões (17,45milhões de euros) serão mobilizados pela estatal portuguesa, dinheiro que terá que ser depositado até ao próximo dia 8 de Novembro.

A Varig, em comunicado oficial, vem confirmar a notícia publicada hoje pelo Jornal de Negócios de que a oferta da TAP foi a eleita num rol de seis propostas para socorrer, no curtíssimo prazo, a tesouraria da Varig, sob pena de arresto de 20 a 30 aviões da maior companhia da América Latina.

Do montante total, 41 milhões de dólares (34 milhões de euros) virão de um empréstimo que o Banco Nacional de Desenvolvimento Económico e Social (BNDES) acedeu em realizar para ajudar o investidor, nesta fase da recuperação e, os restantes 21 milhões (17,5 milhões de euros) a TAP disse ter como mobilizar junto de parceiros financeiros que ainda não quis identificar.

Em comunicado, a Varig afirma que «a Fundação Rubem Berta acolheu a decisão unânime do Conselho de Administração e directoria da Varig que elegeu a proposta da TAP como a mais adequada para a execução da primeira fase do processo de reestruturação da companhia aérea brasileira».  

 Nesse sentido, como hoje é feriado no Brasil (Dia dos Finados), a proposta da TAP será encaminhada ao BNDES, amanhã, para ser apreciada pelo banco estatal, disse ao Jornal de Negócios, David Zylbersztajn, presidente da Varig.

Os 62 milhões de dólares (51,6 milhões de euros) terão que ser «depositados numa conta vinculada para o pagamento às empresas de leasing no exterior».

Além desse investimento, segundo o comunicado, «a TAP comprometeu-se a realizar a antecipação de recebíveis, cujo valor definitivo será definido posteriormente».

Esta antecipação de recebíveis, dinheiro que a Varig tem a receber por pagamentos feitos pelos clientes com cartão de crédito, tinha sido equacionada pelo presidente da Varig. A imprensa brasileira falava de 50 milhões de dólares (41,6 milhões de euros), mas o executivo da Varig disse ao Jornal de Negócios que o eventual montante ainda estaria a ser discutido com a TAP.

  Terça-feira é a véspera da próxima audiência dos administradores da Varig, BNDES e agora a TAP com o juiz Robert Drain, da Corte de Nova Iorque para impedir o arresto dos aviões e apresentar o depósito que foi feito em nome das empresas de «leasing».     

Nesta primeira fase, a TAP injecta o capital e, em troca adquire os activos VarigLog (logística e transporte de carga) e VEM (Engenharia e Manutenção).

A avaliação dos activos deve começar a ser feita para ver se há lugar a novas capitalizações.

 A estatal portuguesa também quer participar na segunda fase do plano de reestruturação que levará à compra dos 20% da Varig permitidos a estrangeiros, a intenção inicial da empresa portuguesa. Com esta fase, os investimentos devem chegar a 500 milhões de dólares (416 milhões de euros).

*Correspondente em São Paulo

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