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Suécia opõe-se ao negócio entre Pfizer e AstraZeneca
Os 5.900 trabalhadores que a farmacêutica britânica possui em território sueco levaram o Governo daquele país a reagir à fusão. O sector farmacêutico está de olhos focados nos desenvolvimentos do negócio.
O debate sobre aquela que é a maior fusão estrangeira de uma empresa britânica chega agora a novos territórios. O Governo sueco afirmou esta sexta-feira, 16 de Maio, que a compra da AstraZeneca pela farmacêutica americana Pfizer representa riscos para o emprego e ciência no país, informa a Reuters.
Os receios de despedimentos para parte dos 5.900 funcionários que a AstraZeneca possui na Suécia - 2.200 deles dedicados à investigação – e o historial da Pfizer noutras fusões justificam a posição do Governo de centro-direita.
A própria AstraZeneca, formada a partir de uma fusão anglo-sueca há cerca de 15 anos, já rejeitou a proposta de 77 mil milhões de euros, alegando esta subvaloriza o potencial de crescimento da empresa com os novos medicamentos que estão em processo de desenvolvimento. A Pfizer vai avançar com uma nova oferta, que a companhia britânica admite analisar.
A Reuters diz que a AstraZeneca planeia lançar 400 postos de trabalho na investigação no ano de 2016, que poderão estar em causa se a fusão avançar. Uma vez que a Pfizer estabelecerá na Europa 20% dos seus investigadores, a agência noticiosa explica que esses novos lugares poderão não efectivar-se. A própria Pfizer já tinha admitido na quarta-feira, 14 de Maio, que haveria menos cientistas na empresa após a fusão, tendo-se recusado a adiantar números.
Durante terça e quarta-feira, 13 e 14 de Maio, a Pfizer foi chamada a esclarecer os contornos da sua proposta perante o Ministério Público britânico. A companhia americana assumiu um compromisso de 5 anos ao nível da protecção dos postos de trabalho e maior investigação em território britânico. Políticos e cientistas alegam contudo que as garantias não são suficientes para assegurar a sustentabilidade do sector.