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Subida do preço da carne abre espaço para startup vegan

Os produtos à base de plantas estão a ficar mais disponíveis nos supermercados, mais restaurantes estão a oferecer essas opções nos cardápios, e empresas como a Beyond Meat, Oatly Group e Impossible Foods captaram milhares de milhões de dólares.

Bloomberg
27 de Novembro de 2021 às 15:00
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A inflação que atingiu o mundo no último ano e aumentou os preços de tudo, do queijo ao bife, é uma boa notícia para o mercado de alimentos à base de vegetais.

 

Essa é a visão da Next Gen Foods, startup sediada em Singapura que fabrica frango "falso" feito com soja. Os crescentes preços da carne bovina e das aves de capoeira são os principais impulsionadores da inflação dos alimentos, e estão a tornar as alternativas baseadas em vegetais muito mais atrativas para os consumidores, refere o CEO Andre Menezes.

 

"A inflação mais alta está a vir de adivinhem onde – da carne", disse Menezes numa entrevista de Chicago. "É extremamente ineficiente, os recursos estão a tornar-se cada vez mais caros à medida que se tornam menos disponíveis. E esta é a tendência macro que está realmente a impulsionar a indústria vegan".

 

A Next Gen levantou 30 milhões de dólares em capital inicial até agora, estando avaliada em cerca de 180 milhões em julho. Os investidores incluem o investidor estatal de Singapura Temasek Holdings, os fundos de capital de risco K3 Ventures, GGV Capital e Bits X Bites, e a fabricante de alimentos e bebidas Yeo Hiap Seng. Os fundos serão usados para lançar o frango à base de plantas da Tindle, marca de frango vegan da Next Gen, nos Estados Unidos.

 

Os preços dos alimentos têm subido em grande parte do mundo, à medida que a pandemia de Covid-19 vai afetando as cadeias de abastecimento. Com os custos globais dos alimentos no mais alto nível da última década, as famílias substituíram a carne por fontes menos caras, mas de qualidade inferior, como alimentos básicos ricos em amido, cereais, óleos e alimentos ultraprocessados.

 

Hoje, as proteínas alternativas representam uma pequena fração da indústria global de carne, avaliada em um bilião de dólares. A Bloomberg Intelligence estima que as vendas no retalho de carnes vegetais e laticínios podem aumentar para 162 mil milhões de dólares na próxima década, contra 29,4 mil milhões em 2020.

 

Há fortes sinais de interesse do consumidor no setor. Os produtos à base de plantas estão a ficar mais disponíveis nos supermercados, mais restaurantes estão a oferecer essas opções nos cardápios, e empresas como a Beyond Meat, Oatly Group e Impossible Foods captaram milhares de milhões de dólares.

 

Agora, o desafio para as fabricantes de proteínas alternativas é competir, no preço, com produtos de carne convencional.

 

Com o tempo, os produtos vegetais ficarão mais baratos do que a carne, que se tornará mais cara, estima Menezes. A proteína vegetal requer menos recursos – como terra, água e energia – para ser produzida. Com a produção em expansão e os consumidores a comerem mais, os custos serão reduzidos.

 

"O nosso objetivo é ir atrás de todas as categorias em que a pecuária atua hoje", diz o CEO da Next Gen Foods, acrescentando que a empresa pode ter como alvo a carne bovina, suína, frutos do mar ou laticínios. "Tudo é possível".

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