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Sonae Indústria frustrada com reacção dos investidores
O administrador-delegado da Sonae Indústria manifesta-se frustrado com a reacção em forte queda dos títulos da empresa, esta manhã, após a companhia ter anunciado lucros de 11 milhões de euros em 2016, depois de oito anos de prejuízos, e um "reverse stock split".
"Não há explicação." George Christopher Lawrie (na foto) mostrava-se, ao final desta manhã, 22 de Março, desiludido com o comportamento dos títulos da Sonae Indústria, que estiveram a afundar mais de 7%.
É frustrante este afundanço após a empresa ter apresentado os primeiros lucros em nove anos? "Claro que sim", reagiu o administrador-delegado da empresa, em declarações ao Negócios.
Mas Lawrie descartou a existência de razões endógenas para esta má reacção dos investidores, atribuindo a queda à tendência geral das praças de capitais. "Não somos só nós [Sonae Indústria] que está a cair, mas todo o mercado. O mercado cai, não há nada a dizer…", afirmou.
"Quando [o presidente dos Estados Unidos] Trump foi eleito, os mercados subiram significativamente, e seguiram a subir este ano. Ontem começou a mudar. Vamos ver…", rematou o gestor.
As acções da Sonae Industria chegaram a cair 7% para 0,0075 euros, depois de na semana passada ter tocado no valor mais elevado desde Dezembro de 2015.
Recorde-se que a Sonae Indústria anunciou que, juntamente com uma operação de redução de capital para cobertura de prejuízos, vai também avançar com um "reverse stock split".
Lawrie afirmou que o objectivo é que a Sonae Indústria passe "das actuais 11,2 mil milhões de acções para 45 milhões", por forma a que "o valor de mercado das acções fique mais alinhado com o valor das demais acções" admitidas à negociação na Euronext Lisbon.
Aos valores de fecho das acções esta terça-feira, 21 de Março, o que a Sonae propõe aos seus accionistas é que passem a ter uma acção com um valor de 2,025 euros, em vez de terem 250 títulos a 0,0081 euros cada um.