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Softbank "salva" WeWork com injeção de quase 10 mil milhões

O maior acionista da WeWork, o Softbank, reforçou a participação na empresa com uma injeção de quase 10 mil milhões de dólares, numa altura em que o negócio tem sido alvo de críticas e questionado, tanto na avaliação como no que toca à sustentabilidade da empresa.

7 - O SoftBank é responsável pela sétima maior operação: 31,6 mil milhões pelo ARM
23 de Outubro de 2019 às 08:31
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O Softbank anunciou que vai duplicar o investimento na empresa de escritórios norte-americana WeWork. A injeção de 9,5 mil milhões de dólares (8,5 mil milhões de euros) vem ao auxílio desta empresa que tem acumulado perdas e que falhou recentemente uma tentativa de IPO.

Dos 9,5 mil milhões de dólares, 5 mil milhões são novo investimento, 1,5 mil milhões vêm dar continuidade a um compromisso financeiro anterior e 3 mil milhões destinam-se a uma oferta de aquisição para os acionistas. Desta forma, o Softbank fica com uma participação de 80% na empresa.

"O Softbank é um firme crente de que o mundo está a sofrer uma transformação massiva na forma como as pessoas trabalham. A WeWork está na vanguarda desta revolução", justificou o presidente e CEO do Softbank, Masayoshi Son. Disse ainda que o objetivo era "acelerar" o caminho de crescimento da empresa e avaliou que os "desafios de crescimento" que esta tem apresentado "não são pouco usuais entre as empresas disruptivas líderes no setor da tecnologia".  

O acordo implica ainda que o responsável pelas operações do Softbank, Marcelo Claure, passe a presidente executivo no conselho de diretores da WeWork. De acordo com o The Wall Street Journal, o banco japonês vai ainda pagar 1,7 mil milhões ao ex-CEO da WeWork, Adam Neumann, por este ter abandonado o cargo e os respetivos direitos de voto.

Com esta injeção de capital, a WeWork fica avaliada em 7,5 mil milhões de dólares, uma pequena parte comparativamente com os 47 mil milhões de dólares que lhe eram atribuídos anteriormente.
 

A novela em torno desta start-up de co-work com nove anos começou em meados de agosto, quando a empresa iniciou o processo burocrático para entrar em bolsa. Este passo motivou um escrutínio em relação às finanças e à liderança da empresa.

O CEO, Adam Neumann, ficou debaixo de fogo depois de terem sido reportados comportamentos fora do comum, como fumar droga no jato privado, oferecer shots de tequila aos empregados depois de os despedir e depois de patentear o termo ‘We’ para depois obrigar a empresa a comprar os direitos por 5,9 milhões de dólares. Neumann abdicou do cargo a 24 de setembro.

Em relação à sustentabilidade da empresa, esta foi posta em causa depois de se perceber que, apesar de estar na altura avaliada em 47 mil milhões e dólares, na verdade as perdas ascendiam aos 219 mil dólares por hora. Em 2018, tanto as perdas como as receitas duplicaram para 1,9 mil milhões de dólares e 1,8 mil milhões dólares, respetivamente.

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