Álvaro Sobrinho, luso-angolano e ex-presidente do BESA, e Hélder Bataglia, fundador da Escom, o braço não financeiro do Grupo Espírito Santo em Angola, integram uma lista com mais de 100 portugueses apanhados nos chamados Suisse Secrets, uma investigação que revela casos em que os clientes abriam contas na Suíça, neste caso no Credit Suisse, para esquemas de lavagem de dinheiro.

A notícia é avançada pelo Expresso e surge na sequência de uma fuga de informação partilhada pelo jornal Süddeutsche Zeitung com o consórcio OCCRP (Organized Crime and Corruption Reporting Project), que é integrado pelo jornal português.

Segundo a investigação Suisse Secrets, Álvaro Sobrinho e Hélder Bataglia tiveram contas conjuntas no Credit Suisse, sendo que uma delas era titulada por uma companhia offshore envolvida no esquema de desvio de dinheiro do BESA em Angola.

Ambos os empresários são visados pela Justiça em Portugal: na Operação Monte Branco, relacionada com um esquema de lavagem de dinheiro; e num inquérito-crime sobre a apropriação de centenas de milhões de euros no Banco Espírito Santo Angola (BESA) durante o tempo em que Sobrinho era presidente executivo do banco e Bataglia fazia parte da sua administração.

Além de Sobrinho e Bataglia, na lista dos envolvidos nos Suisse Secrets estão uma dezena de imigrantes na Venezuela, duas dezenas de chineses e ainda dezenas de cidadãos africanos com dupla nacionalidade.

O Expresso refere, porém, que há ausências nesta lista. Nomes como o de Ricardo Salgado, que tinha contas no Credit Suisse, ou políticos e funcionários públicos em Portugal estão fora desta investigação.