Recorrer à banca é a solução mais óbvia para as pequenas e médias empresas na gestão da tesouraria ou para o pagamento das despesas de curto prazo, mas é a opção a que menos recorrem para investir na entrada em novos mercados externos, aponta um estudo da SBI Consulting, que será apresentado esta semana na conferência Nova Latitudes, em Lisboa.

Só 5% das cerca de duas dezenas de empresas inquiridas pedem dinheiro aos bancos para internacionalizar o negócio, sendo que perto de 60% optam por usar capitais próprios para concretizar essa estratégia. Os resultados, citados no jornal “Público”, mostram ainda que 30% destas PME conseguem fundos de capital de risco.

Um quarto das empresas inquiridas em Fevereiro e Março – dos sectores das tecnologias de informação, comércio electrónico, turismo, franchising, indústria e sector financeiro – conseguem recolher fundos através de “business angels” e um em cada dez recorre a capitais estatais para financiar a entrada em novos mercados externos.

Questionadas sobre os desafios na conquista de novas geografias para os seus bens e serviços, o “mais difícil” para 60% é fazer a promoção deles no destino, seguindo-se na lista de obstáculos a compreensão do sistema fiscal e o desenvolvimento de contactos com os interlocutores mais adequados.

Internacionalizar desde o “berço”

Das 20 startups e PME auscultadas pela empresa de consultoria de gestão, 65% garantiu que a internacionalização fazia parte da sua estratégia inicial, sendo que mais de metade (55%) destes gestores e empresários referiram que esse processo foi iniciado no decorrer do primeiro ano de actividade da empresa. Do total da amostra, 55% foram criadas desde 2010, 20% têm entre quatro a oito anos e 25% têm mais de uma década de existência.

Ainda segundo as conclusões adiantadas entretanto ao Negócios pela SBI Consulting, “só 12% das empresas recorreram aos mercados externos devido à crise do mercado nacional”, sendo antes os principais motivos apontados a ambição da equipa de gestão (46%) e a identificação de uma oportunidade de negócio (36%).

(notícia actualizada com mais conclusões do estudo)