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Siza diz que investigação sobre hidrogénio verde tem origem em "denúncia caluniosa"

O ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, reagiu esta quinta-feira à notícia da revista Sábado, que dá conta de uma investigação ao projeto de hidrogénio verde em Sines, na qual estão a ser averiguados "indícios de tráfico de influências e de corrupção". O ministro afirma que a denúncia que deu origem ao processo "não tem fundamento".

Pedro Siza Vieira tem sido o rosto das iniciativas estatais para apoio às empresas.
Rodrigo Antunes/Lusa
05 de Novembro de 2020 às 19:20
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O ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, afirma que a investigação em curso ao projeto do hidrogénio verde em Sines, e que envolve também o secretário de Estado da Energia, João Galamba, "não tem fundamento" e tem origem numa "denúncia caluniosa". 

A notícia foi revelada esta quinta-feira pela revista Sábado, segundo a qual foi aberto um processo, entretanto já confirmado pela Procuradoria Geral da República (PGR) que averigua "indícios de tráfico de influências e de corrupção, entre outros crimes económico-financeiros". Os dois governantes "são suspeitos de favorecimento do consórcio EDP/Galp/REN no milionário projeto do hidrogénio verde para Sines", revela a revista. 

Em declarações aos jornalistas no final da tarde desta quinta-feira, Siza Vieira afirmou não ter "nenhuma informação sobre este caso" além daquela que foi dada pela Sábado e entretanto confirmada pela PGR.

"Sei que existirá um processo em curso, sei que esse processo não tem, neste momento, suspeitos ou arguidos constituídos. E, a tomar como boa a informação que a revista Sábado transmitiu, essa notícia terá origem numa denúncia que foi feita ao Ministério Público", começou por dizer o ministro. 

Na sequência da notícia, o ministro pediu à PGR a confirmação sobre a existência do processo, exigindo saber se é nele visado. "Disse desde logo que, a confirmar-se a existência do processo, e a confirmar-se que ele tem na origem uma denúncia, pedi também que considerasse essa minha comunicação como uma queixa crime pela prática do crime de denúncia caluniosa", revelou Pedro Siza Vieira.

Na carta enviada à PGR, Siza Vieira pediu para ser formalmente ouvido, "para esclarecer todos os factos, que nem sei quais são, que me sejam imputados".

O ministro sustenta que "os factos imputados não têm fundamento", e que "os factos enunciados na Sábado são públicos e conhecidos".

Ou seja, "que o Governo aprovou uma estratégia para o hidrogénio, e que eu participei num conjunto de eventos públicos e tive reuniões com empresas, como tenho com centenas de empresas de muitos setores de atividade. Neste momento não há nenhuma decisão do Governo relativa a qualquer espécie de apoio ou que tenha sido celebrado qualquer contrato relativo ao tema do hidrogénio", ressalvou.

Siza Vieira reforçou ainda que o setor da Energia faz parte da tutela do ministério do Ambiente. "Todas as ações que tive foram a pedido dos meus colegas do Ambiente. O que está em causa é o facto de eu ter participado no Conselho de Ministros que aprovou a estratégia nacional para o Hidrogénio, onde estava a substituir o primeiro-ministro, que se encontrava de férias. Partir daqui para uma insinuação só pode ser uma denúncia caluniosa", reforçou.

"Associar a ideia de corrupção à participação de qualquer membro do governo é uma ideia absolutamente repugnante. É uma ideia muito perigosa do ponto de vista da confiança nas instituições. Não podemos lançar suspeitas de corrupção sem que elas sejam apuradas, e é essa a exigência de cidadania que temos com aqueles que exercem cargos públicos", concluiu. 

Segundo a notícia da Sábado, Pedro Siza Vieira e João Galamba "estão sob apertada vigilância das autoridades judiciais e policiais porque fazem parte do grupo de alvos principais num inquérito-crime que averigua indícios de tráfico de influência e corrupção, entre outros crimes económico-financeiros". 

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