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Shell quer parte das reservas estratégicas no estrangeiro
As petrolíferas portuguesas devem poder constituir as reservas estratégicas obrigatórias fora de Portugal, pelo menos em parte, defendeu hoje o responsável máximo da Shell Portuguesa.
Eduardo Andrade, em conversa com os jornalistas, lembrou que Portugal é dos poucos países da Europa onde as reservas legais têm de ser todas constituídas no território nacional.
A possibilidade de constituir parte delas no estrangeiro iria oferecer às empresas melhores condições de competitividade nos custos dessas reservas, que representam um elevado encargo para as empresas.
Actualmente, as petrolíferas estão dependentes das instalações de armazenagem existentes em Portugal para o efeito que, para além de serem insuficientes, estão quase todas na tutela da Petrogal, embora a Shell tenha alguma capacidade.
Mesmo com a criação da Egrep, entidade empresarial pública que deverá assegurar um terço destas reservas, a situação de pouca concorrência nesta matéria manter-se-á.
Eduardo Andrade, que desconhece as razões da demora do lançamento desta entidade, alerta que a Egrep tem de ter ser competitiva porque senão, os custos da sua ineficiência terão de ser transferidos para os consumidores.
As reservas estratégicas de produtos petrolíferos, que correspondem a 90 dias de consumo mais 10% - na prática 100 dias - movimentam anualmente verbas entre os 150 e os 200 milhões de euros, consoante a evolução do preço do petróleo, dos produtos petrolíferos e do dólar.
A Shell, terceira petrolífera no mercado português, admite que os resultados deste ano possam sofrer com a queda de vendas verificada no primeiro semestre.
No entanto, a petrolífera mantém a expectativa de que os lucros fiquem no nível de 2002 quanto ascenderam a cerca de 45 milhões de euros.
A compensar a quebra nas vendas, verificada em todo o mercado, está o comportamento, acima das previsões, da nova gasolina de alta performance.
A V Power representa já cerca de 25% das vendas totais de gasolina, não obstante custar mais 5,5 cêntimos por litro do que a gasolina de 98 octanas que é vendida a 1,03 euros.