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SDC convoca assembleia geral para sair de bolsa
Após superar os 90% no capital da SDC Investimentos, a Investéder avançou com a convocação de uma assembleia geral que tem como objectivo retirar a cotada de bolsa.
A SDC Investimentos, a pedido dos accionistas Investéder e Oceanlotus, convocou uma assembleia geral extraordinária de accionistas da cotada para o dia 27 de Fevereiro de 2018.
O objectivo passa por deliberar a perda de qualidade de sociedade aberta da SDC Investimentos, através da qual a cotada poderá sair de bolsa.
Este pedido, que a Investéder já tinha admitido que pretendia realizar, surge depois da holding detida pelos gestoras da empresa ter superado a fasquia dos 90% no capital da SDC.
Este reforço foi alcançado em Janeiro, depois de concretizado um aumento de capital através da emissão de 220.000.000 novas acções ordinárias nominativas e sem valor nominal. Com esta operação, a Investéder passou a deter uma participação qualificada directa de 90,289% dos direitos de voto na SDC Investimentos, correspondente à detenção de 343.097.423 acções.
Antes desta operação, a SDC Investimentos – que tem um terço da Soares da Costa Construções – era detida em 77% pela Investéder, posição que a empresa dos gestores da empresa conseguiu através da oferta pública de aquisição a 2,7 cêntimos e também por via de aquisições em bolsa.
Na assembleia-geral do passado dia 12 de Dezembro, os gestores da SDC Investimentos conseguiram a aprovação da proposta de conversão de créditos que lhes dará maior poder para determinar o saneamento financeiro daquela sociedade, accionista minoritária da Soares da Costa Construções.
Na justificação para o pedido de perda de qualidade de sociedade aberta, os maiores accionistas da SDC que convocaram a AG dizem que a aprovação deste mecanismo tem um "carácter urgente, tendo em conta o objectivo, também há muito anunciado, de a Investéder vir também a recorrer ao mecanismo de aquisição potestativa previsto no artigo 490.º do Código das Sociedades Comerciais e os prazos relativamente curtos em que tal recurso é legalmente viável".
Será através deste mecanismo de aquisição potestativa que a SDC poderá vir a sair de bolsa.
No ponto 3 da ordem de trabalhos da AG, é proposto que seja "atribuído ao Conselho de Administração mandato para praticar os actos e satisfazer as formalidades que se mostrem necessárias à concretização, em termos válidos e plenamente eficazes, das deliberações a que se refere o considerando, incluindo a alteração estatutária".
Tem sido várias as empresas (Cimpor, Montepio e Sumol+Compal) a recorrer a este mecanismo de perda de qualidade de sociedade aberta para abandonar a bolsa portuguesa.