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Savannah negoceia compra de camiões elétricos para mina de lítio

"Estamos também a explorar outras formas de aumentar a nossa percentagem de energias renováveis", frisou o CEO da Savannah, Dale Fergusom, em comunicado.

06 de Fevereiro de 2023 às 13:05
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A empresa de mineração britânica Savannah Resources anunciou esta segunda-feira os principais resultados da fase inicial do estudo encomendado no início de 2022 à consultora ambiental Ecoprogresso, com vista à redução das emissões de gases com efeito de estufa no projeto de exploração de lítio na mina do Barroso, em Boticas. 

Na sequência do estudo, o CEO da Savannah, Dale Ferguson, avançou a probabilidade de o projeto poder contar, logo desde o início, com "camiões elétricos de transporte rodoviário e na mina, o que reduzirá significativamente as emissões".

Para isso, a empresa está já em contacto "com uma série de fornecedores de equipamento para avaliar a transição para uma frota mineira movida a baterias e infraestruturas de carregamento elétrico, incluindo opções de acesso prioritário a estas novas máquinas".

"Estamos também a explorar outras formas de aumentar a nossa percentagem de energias renováveis", frisou o CEO em comunicado. De acordo com a Savannah, "estes melhoramentos estão atualmente a ser incorporados numa nova versão do Estudo de Impacto Ambiental" (EIA) que a empresa espera conseguir submeter à Agência Portuguesa do Ambiente durante o primeiro trimestre de 2023, e "antes do prazo limite a 17 de março".

O estudo levado a cabo pela Ecoprogresso, que tem como objetivo criar uma estratégia de descarbonização preliminar, confirmou que "o equipamento mineiro eletrificado, operado a bateria, fornecerá meios mais eficazes e flexíveis para reduzir a zero as emissões de âmbito 1", ou seja, as que são produzidas diretamente pelo projeto, a partir de fontes próprias ou controladas, por exemplo, da exploração de veículos a gasolina ou diesel. 

O documento concluiu ainda que, durante o tempo de vida do projeto da mina do Barroso, as emissões diretas anuais estão estimadas em 27,7 quilotoneladas de CO2, sendo que a maior parte deste valor poderia ser eliminado através da adoção de uma frota mineira movida a bateria.

Isto "partindo do princípio de que 100% de energia renovável é fornecida ao projeto", diz a Savannah, o que poderá acontecer através de: produção de energia solar ou eólica no local ou regional; armazenamento de emergia em baterias; aquisição de energia 100% verde no mercado com garantias de origem; ou contratos de aquisição direta de energia a longo prazo para 100% de energia renovável. 

No que diz respeito às emissões de âmbito 2 -- indiretas, a partir da produção de eletricidade adquirida e de outras formas de energia não renovável -- o estudo encomendado pela Savannah estima que com estas medidas podem ser reduzidas potencialmente em 54%. Face às estimativas originais de 2019, que apontavam para um consumo anual de energia de 101,6 GWh associado à exploração de lítio em Boticas, este valor foi agora reduzido em 21% para 80,2 GWh. 

Em dezembro, a Savannah Resources tinha já anunciado que está a "otimizar" o seu projeto de exploração de lítio em Boticas para responder às preocupações levantadas pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA), de modo a reduzir o impacto ambiental global na região. Apesar das novas alterações introduzidas no projeto, não está prevista uma redução na atividade de extração de lítio e produção de espodumena, garantiu a empresa. 

Após a apresentação do EIA atualizado, prevista para março de 2023, a APA terá um máximo de 50 dias úteis para realizar a sua análise e emitir uma decisão da DIA. A mina do Barroso situa-se nas freguesias de Dornelas e Covas do Barroso e está prevista para o local uma exploração de lítio e outros minerais a céu aberto. A área de concessão prevista é de 593 hectares.
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