Notícia
Ryanair diz que aumento de preços dos bilhetes "é inevitável"
Numa altura em que os valores do Brent batem máximos, Michael O'Leary diz prever "aumentos de preços provenientes principalmente das outras companhias aéreas que não estão bem cobertas e que terão de repercutir estes preços muito mais elevados do petróleo".
01 de Abril de 2022 às 08:51
A companhia aérea 'low cost' Ryanair admite que "é inevitável" que os preços dos bilhetes aéreos aumentem de preço, "principalmente das outras" transportadoras, garantindo estar em posição privilegiada por ter 80% do combustível assegurado para um ano.
"Penso que é inevitável que os preços subam no verão, particularmente se o petróleo se mantiver a 100 dólares por barril", afirma o presidente executivo do grupo Ryanair, Michael O'Leary, em entrevista à Agência Lusa, em Bruxelas.
Ainda assim, "a Ryanair está numa situação bastante favorável, na medida em que cobrimos cerca de 80% do nosso combustível até março de 2023 [comprado] a entre 64 e 73 dólares por barril, pelo que pelo menos comprámos o nosso combustível", acrescenta o responsável.
Numa altura em que os valores do Brent batem máximos, Michael O'Leary diz prever "aumentos de preços provenientes principalmente das outras companhias aéreas que não estão bem cobertas e que terão de repercutir estes preços muito mais elevados do petróleo".
"Nós não somos 'price takers' [empresas que aceitam o preço formado no mercado] e, por isso, gerimos o nosso negócio para preencher os nossos voos", ressalvou Michael O'Leary, nesta entrevista à Lusa.
A inflação é, por estes dias, mais acentuada no que toca aos preços energéticos, tendo os preços dos combustíveis disparado nas últimas semanas e alcançado os níveis mais altos da última década devido aos receios de redução na oferta provocada pela invasão russa da Ucrânia.
Este aumento dos combustíveis pressiona também o setor da aviação, que ainda está a tentar recuperar das consequências da pandemia de covid-19, o que poderá resultar em bilhetes de avião mais caros.
O combustível representa até 35% dos custos operacionais das companhias aéreas.
Na entrevista à Lusa, Michael O'Leary revela ainda que a guerra da Ucrânia levou ao cancelamento dos voos da companhia aérea de baixo custo de e para o país, num total de mais de 2.000 voos cancelados entre 24 de fevereiro e 26 de março (com média de 50 rotas diárias) e num total de cerca de 300 mil passageiros só em março.
Além disso, "tem havido um declínio no tráfego com destino à Europa Oriental, como para a Polónia, e o número de visitantes para a Polónia, para a Eslováquia e Roménia e os Estados Bálticos estão em baixa", destaca.
Por seu lado, "há um aumento do número de voos para fora desses países, principalmente de refugiados ucranianos que tentam encontrar-se com amigos e familiares por toda a Europa", conclui o responsável irlandês.
As mais recentes previsões internacionais indicam que as transportadoras aéreas europeias não deverão apresentar lucros até 2023 ou 2024, na melhor das hipóteses.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.232 civis, incluindo 112 crianças, e feriu 1.935, entre os quais 149 crianças, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
As tensões geopolíticas devido à guerra da Ucrânia têm afetado o mercado energético europeu, já que a UE importa 90% do gás que consome, sendo a Rússia responsável por cerca de 45% dessas importações, em níveis variáveis entre os Estados-membros.
A Rússia é também responsável por cerca de 25% das importações de petróleo e 45% das importações de carvão da UE.
"Penso que é inevitável que os preços subam no verão, particularmente se o petróleo se mantiver a 100 dólares por barril", afirma o presidente executivo do grupo Ryanair, Michael O'Leary, em entrevista à Agência Lusa, em Bruxelas.
Numa altura em que os valores do Brent batem máximos, Michael O'Leary diz prever "aumentos de preços provenientes principalmente das outras companhias aéreas que não estão bem cobertas e que terão de repercutir estes preços muito mais elevados do petróleo".
"Nós não somos 'price takers' [empresas que aceitam o preço formado no mercado] e, por isso, gerimos o nosso negócio para preencher os nossos voos", ressalvou Michael O'Leary, nesta entrevista à Lusa.
A inflação é, por estes dias, mais acentuada no que toca aos preços energéticos, tendo os preços dos combustíveis disparado nas últimas semanas e alcançado os níveis mais altos da última década devido aos receios de redução na oferta provocada pela invasão russa da Ucrânia.
Este aumento dos combustíveis pressiona também o setor da aviação, que ainda está a tentar recuperar das consequências da pandemia de covid-19, o que poderá resultar em bilhetes de avião mais caros.
O combustível representa até 35% dos custos operacionais das companhias aéreas.
Na entrevista à Lusa, Michael O'Leary revela ainda que a guerra da Ucrânia levou ao cancelamento dos voos da companhia aérea de baixo custo de e para o país, num total de mais de 2.000 voos cancelados entre 24 de fevereiro e 26 de março (com média de 50 rotas diárias) e num total de cerca de 300 mil passageiros só em março.
Além disso, "tem havido um declínio no tráfego com destino à Europa Oriental, como para a Polónia, e o número de visitantes para a Polónia, para a Eslováquia e Roménia e os Estados Bálticos estão em baixa", destaca.
Por seu lado, "há um aumento do número de voos para fora desses países, principalmente de refugiados ucranianos que tentam encontrar-se com amigos e familiares por toda a Europa", conclui o responsável irlandês.
As mais recentes previsões internacionais indicam que as transportadoras aéreas europeias não deverão apresentar lucros até 2023 ou 2024, na melhor das hipóteses.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.232 civis, incluindo 112 crianças, e feriu 1.935, entre os quais 149 crianças, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
As tensões geopolíticas devido à guerra da Ucrânia têm afetado o mercado energético europeu, já que a UE importa 90% do gás que consome, sendo a Rússia responsável por cerca de 45% dessas importações, em níveis variáveis entre os Estados-membros.
A Rússia é também responsável por cerca de 25% das importações de petróleo e 45% das importações de carvão da UE.