Notícia
Resposta política à crise implica fim das indemnizações milionárias
António Gomes Mota, presidente da ISCTE Business School, diz em entrevista que "na banca de investimento, a regulação deverá impor maior transparência da exposição ao risco".
António Gomes Mota, presidente da ISCTE Business School, diz em entrevista que "na banca de investimento, a regulação deverá impor maior transparência da exposição ao risco".
A crise financeira internacional mostrou que há bancos demasiado grandes para poderem falir. Que consequências é que esta constatação pode ter no panorama internacional do sector? Pode haver uma fragmentação da banca? Ou, pelo contrário, existirão novos movimentos de consolidação? Não se tem assistido a nenhum movimento generalizado de fragmentação, mas a uma racionalização da dimensão de algumas grandes instituições. Creio que o problema, acentuado por alguns movimentos de consolidação que têm ocorrido, se manterá no futuro.
A banca de investimento tem sido responsabilizada pelos problemas que estiveram por trás da crise. O que vai ter de mudar neste segmento de actividade? Os bancos de investimento independentes estão condenados a integrarem-se em grupos financeiros de âmbito universal?Provavelmente, esta é a área que será objecto de uma mais forte regulação, com o claro propósito de assegurar uma mais sólida relação entre capital e nível de risco incorrido, uma maior transparência da exposição ao risco e um maior controlo dos instrumentos utilizados.
Na sequência do colapso de várias instituições, a credibilidade dos gestores da área financeira foi afectada. Os banqueiros deixaram de ser os donos do mundo? Alguma vez voltarão a recuperar a credibilidade perdida? Somente o futuro o dirá.
A reacção política à crise financeira começou pelos apoios à liquidez e à capitalização da banca mas está a passar para o aumento da regulação sobre a actividade bancária e a actuação da gestão. O sector precisa de ser moralizado? A limitação dos prémios dos gestores pode ser considerada uma reacção circunstancial ou será uma tendência de fundo para os próximos anos? Essa tendência está longe de se confinar ao sector bancário, mas antes à generalidade das empresas cotadas. Creio ser inevitável que o quadro de mudanças ao nível da compensação de executivos vá privilegiar três vectores: maior "accountability", remuneração da performance numa óptica de longo prazo e fim das indemnizações milionárias.
A crise financeira internacional mostrou que há bancos demasiado grandes para poderem falir. Que consequências é que esta constatação pode ter no panorama internacional do sector? Pode haver uma fragmentação da banca? Ou, pelo contrário, existirão novos movimentos de consolidação? Não se tem assistido a nenhum movimento generalizado de fragmentação, mas a uma racionalização da dimensão de algumas grandes instituições. Creio que o problema, acentuado por alguns movimentos de consolidação que têm ocorrido, se manterá no futuro.
A banca de investimento tem sido responsabilizada pelos problemas que estiveram por trás da crise. O que vai ter de mudar neste segmento de actividade? Os bancos de investimento independentes estão condenados a integrarem-se em grupos financeiros de âmbito universal?Provavelmente, esta é a área que será objecto de uma mais forte regulação, com o claro propósito de assegurar uma mais sólida relação entre capital e nível de risco incorrido, uma maior transparência da exposição ao risco e um maior controlo dos instrumentos utilizados.
Na sequência do colapso de várias instituições, a credibilidade dos gestores da área financeira foi afectada. Os banqueiros deixaram de ser os donos do mundo? Alguma vez voltarão a recuperar a credibilidade perdida? Somente o futuro o dirá.
A reacção política à crise financeira começou pelos apoios à liquidez e à capitalização da banca mas está a passar para o aumento da regulação sobre a actividade bancária e a actuação da gestão. O sector precisa de ser moralizado? A limitação dos prémios dos gestores pode ser considerada uma reacção circunstancial ou será uma tendência de fundo para os próximos anos? Essa tendência está longe de se confinar ao sector bancário, mas antes à generalidade das empresas cotadas. Creio ser inevitável que o quadro de mudanças ao nível da compensação de executivos vá privilegiar três vectores: maior "accountability", remuneração da performance numa óptica de longo prazo e fim das indemnizações milionárias.