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Refer autorizou "swaps" antes de aprovação da administração

A Refer autorizou a subscrição de instrumentos de gestão do risco financeiro sem que essa questão tenha sido levada, previamente, a conselho de administração.

17 de Setembro de 2013 às 23:18
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A Refer autorizou a subscrição de instrumentos de gestão do risco financeiro sem que essa questão tenha sido levada, previamente, a conselho de administração.

"O administrador do pelouro financeiro tinha competências para assumir as decisões que tinham de ser imediatas para culminar o processo, que não era compatível com a reunião do conselho. [Depois] ratificava-se no conselho seguinte", expôs o presidente da Refer entre 2005 e 2012, Luís Pardal, na audição de terça-feira na comissão de inquérito à celebração de contratos de cobertura de risco pelas empresas públicas. "Terá acontecido algumas vezes", acrescentou, dizendo que as questões financeiras "muitas vezes, não são susceptíveis de demoras".

Mais tarde, em resposta ao deputado social-democrata, Adão Silva, o antigo presidente da empresa esclareceu que, apesar da autorização, nunca se concretizou a contratação de algum "swap" antes da ratificação pelo conselho. Ou seja, a decisão era assumida pelo administrador, que só depois era ratificada.

Quando Pardal esteve em funções, o administrador com pelouro financeiro era Vicente Pereira. A direcção financeira era responsabilidade de Alberto Diogo, superior hierárquico directo de Maria Luís Albuquerque, actual ministra das Finanças. Os três elementos formavam "a alma, o núcleo, que dava corpo e que desenvolvia estes processos de ‘swaps’". Segundo Pardal, a governante era, "indiscutivelmente, uma colaboradora muito eficaz, muito competente, muito sólida nas áreas daquela especialidade". "Não fazia só ‘swaps’, fazia ‘roadshows’, a vender e a captar soluções de empréstimos".

Questionado sobre "swaps" considerados complexos pelo relatório do IGCP, o antigo presidente da Refer admitiu que não sabia responder por que razão não se tinha optado por uma estrutura mais simples. "A orientação é a de que não há especulação, de que não há qualquer tentativa de ir além daquilo que é prudente e ajustado e desejável no modelo do ‘swap’", disse.

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