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Ramada lucra menos 14% e paga dividendo de 0,60 euros
A Ramada Investimentos e Indústria obteve sete milhões de euros de lucro no ano passado, menos 1,1 milhões do que no ano anterior, mas vai voltar a remunerar os acionistas.
Depois do interregno verificado em 2020, por conta dos resultados do ano anterior, a Ramada Investimentos e Indústria vai voltar a remunerar os capitais investidos pelos seus acionistas na empresa.
"O conselho de administração irá propor à assembleia geral de acionistas a distribuição de um dividendo de 0,60 euros por ação", avança a Ramada, no comunicado sobre as contas de 2020 publicado, esta quinta-feira, 18 de março, no site da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
O dividendo a distribuir é relativo aos resultados alcançados em 2020, ano em que obteve um lucro de aproximadamente sete milhões de euros, menos 14% do que os 8,1 milhões registados no ano anterior.
Já o EBITDA (resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações) da empresa sofreu uma quebra de 16,7%, para 12,96 milhões de euros.
As receitas totais do grupo cifraram-se em 103,3 milhões de euros, uma quebra homóloga de 10,2%, enquanto os custos totais situaram-se em 90,3 milhões de euros, menos 9,2% do que o valor apurado no ano anterior.
Recupera vendas na ponta final de 2020 e corta dívida líquida para 11 milhões
Na área industrial, as receitas da Ramada cifraram-se em 95,9 milhões de euros, o que traduz um decréscimo de 10,9%, tendo o EBITDA recuado 27,7% para 6,9 milhões de euros. O lucro do principal segmento de negócio do grupo diminuiu 32% para 2,9 milhões de euros.
"O ano 2020 antevia-se como um ano de recuperação, havendo uma expectativa otimista de melhoria e quebra do ciclo negativo que se vinha a arrastar nos últimos dois anos", mas os efeitos da pandemia de covid-19 teve "consequências económicas e quebras nos mercados à escala global", que impactaram negativamente na Ramada, explica o grupo.
Mas o quarto trimestre "trouxe sinais mais positivos, com maior atividade nos clientes de moldes e metalomecânica", pelo que "foi possível uma recuperação do volume de negócios, conseguindo vendas mensais que já não eram atingidas desde o período homólogo de 2019", realça a Ramada.
Destaque positivo, também, para as exportações, que "continuaram a crescer, registando mais uma vez um bom desempenho, com crescimento de vendas e de clientes".
Já no segmento de imobiliário, a Ramada teve receitas de 7,4 milhões de euros, em linha com o valor registado no ano anterior, sendo que 90% dos proveitos foram gerados pelas rendas obtidas do arrendamento de longo prazo de terrenos florestais.
O EBITDA desta área de negócio do grupo aumentou 1% para seis milhões de euros, contabilizando um resultado líquido de 4,1 milhões de euros, mais quase 6% do que no ano anterior.
A 31 de dezembro de 2020, a dívida líquida da Ramada rondava os 11 milhões de euros, valor que compara com os 31 milhões de euros apurados um ano antes.
Mesma em ano pandémico, o grupo investiu "aproximadamente 1,5 milhões de euros", nomeadamente "a compra do armazém automático de peças 3D para Ovar e a compra de equipamentos de galgamento para a filial da Marinha Grande, que vão permitir a consolidação da presença do grupo Ramada naquela região".
Prevê "aumento significativo das vendas e da rentabilidade" em 2021
A recuperação das vendas no último trimestre e "uma perspetiva mais otimista para a indústria automóvel e metalomecânica, conjugada com a recente acentuada subida dos preços das matérias-primas", leva o grupo a encarar o ano de 2021 "com mais confiança, esperando um aumento significativo das vendas e da rentabilidade".
O grupo ressalva que estas perspetivas "assentam no pressuposto que a pandemia seja controlada e que a vacinação em massa se concretize, permitindo o relançamento da economia".
A Ramada Investimentos é a sociedade-mãe de um conjunto de empresas que, no seu conjunto, exploram dois segmentos de negócio distintos - o segmento Indústria, que inclui a atividade dos aços especiais e trefilaria, assim como a atividade relacionada com a gestão de investimentos financeiros relativos a participações em que o grupo é minoritário; e o segmento Imobiliário, vocacionado para a gestão de ativos imobiliários.
Na área industrial, através das empresas Ramada Aços, a Universal Afir e a Planfuro Global, o grupo opera no ramo dos aços especiais, mais concretamente nos aços para moldes.
Acresce a Socitrel, empresa de trefilaria que se dedica ao fabrico e comercialização de arames de aço para aplicação nas mais diversas áreas de atividade, designadamente indústria, agricultura e construção civil.
Na atividade de gestão de investimentos financeiros, entre outros investimentos em carteira detidos pelo grupo, destaca-se a participação na CEV e na Fisio Share – Gestão de Clínicas.
Já o segmento imobiliário inclui a atividade de gestão de ativos imobiliários, que são compostos por ativos florestais e imóveis do grupo, e é desenvolvido pela empresa F. Ramada ll - Imobiliária.