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"Não fui eleito para fazer desaparecer factos do passado"
O presidente do BCP disse hoje que foi eleito para conduzir o banco e não para fazer desaparecer factos do passado, frisando que cabe aos accionistas e ao Conselho de Remunerações e Previdência, reverterem as regalias atribuídas a Jardim Gonçalves.
29 de Junho de 2009 às 16:17
O presidente do BCP disse hoje que foi eleito para conduzir o banco e não para fazer desaparecer factos do passado, frisando que cabe aos accionistas e ao Conselho de Remunerações e Previdência, reverterem as regalias atribuídas a Jardim Gonçalves.
"Não fui eleito para fazer desaparecer factos do passado. Para isso sugiro o [mágico] David Copperfield. Fui eleito para conduzir o banco entre factos", disse Carlos Santos Ferreira à agência Lusa, em declarações à margem de um evento da Câmara do Comércio e Indústria Árabe Portuguesa.
Os membros do Conselho de Remunerações na altura eram António Manuel Gonçalves, da Têxtil Manuel Gonçalves (TMG) accionista histórico do banco e que presidia a este órgão, e João Alberto Pinto Basto e Pedro Maria Teixeira Duarte, ambos também accionistas ligados ao banco desde o início e próximos de Jardim Gonçalves.
Sobre se podem reverter-se essas condições - que incluem regalias como o uso de um jacto que tem de ser alugado para o efeito e direito a seguranças privados, tudo pago pelo banco - Santos Ferreira, diz que essa é matéria para o Conselho de Remunerações.
"O melhor é cada um fazer o que lhe compete e ao Conselho de Administração não lhe compete essa matéria (..) cabe aos accionistas, sempre, e entre Assembleias Gerais ao Conselho Geral e de Remunerações", sustentou o actual presidente do Conselho de Administração do Millennium bcp.
Actualmente, o Conselho de Remunerações é presidido por Joe Berardo, tendo como vogais Luis de Melo Champalimaud e Manuel Pinto Barbosa. É este órgão que, de acordo com os estatutos, pode deliberar sobre os regimes de reforma e remunerações de quem passa pelo conselho de administração do banco.
A agência Lusa confirmou ainda que o banco já não tem qualquer contrato anual para utilização de aviões privados, que não renovou quando terminou o contrato que vinha da administração anterior, sendo que actualmente faz uma consulta ao mercado de cada vez que precisa de usar este tipo de meio ou quando Jardim Gonçalves o solicita, já que a instituição está obrigada a isso pelos direitos que lhe foram atribuídos no contrato de reforma.