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Quase dois terços dos maiores grupos de restauração no Reino Unido com perdas

Setor esperava recuperação de lucros no pós-pandemia, mas inflação agravou os problemas já existentes.

08 de Agosto de 2022 às 17:41
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O cenário repete-se em numerosos restaurantes em Londres e noutras cidades do Reino Unido: mesas vazias ou lotação a "meio gás".

Dos 100 maiores grupos de restauração no Reino Unido, 64% estão a registar prejuízos, noticia o The Guardian, citando um estudo divulgado esta segunda-feira pela UHY Hacker Young. A contribuir para este cenário, justifica a empresa de contabilidade, está o pagamento de dívidas contraídas durante a pandemia de covid-19, o aumento dos preços e a falta de trabalhadores. 

O jornal, por seu turno, refere ainda o impacto do Brexit no setor da restauração britânico.

"A restauração esperava uma recuperação dos lucros no pós-covid, mas isto ficou em suspenso devido ao aumento dos preços dos alimentos e uma queda nos índices de confiança do consumidor", destaca a empresa. Além disto, também a falta de pessoal obrigou os restaurantes a reduzir o número de reservas, o que leva a uma menor receita. 

Peter Kubik, sócio na UHY Hacker Young, afirma que muitos dos responsáveis por este tipo de estabelecimentos temem que a redução de custos por parte dos consumidores se agrave à medida que o país se aproxima de um cenário de recessão. Na passada quinta-feira, 4 de agosto, o Banco de Inglaterra revelou que as estimativas apontam que a economia britânica "entre em recessão a partir do quarto trimestre deste ano".

"Os restaurantes esperavam, e precisavam, de um aumento do consumo no pós-pandemia, mas agora este consumo não só não vai aumentar como é provável que diminua", aponta Peter Kubik. 

A crise no setor da restauração já existia mesmo antes da pandemia, refere o relatório da UHY Hacker Young, destacando que muitos grupos contraíram elevadas dívidas para expandir o negócio, o que significa que já apresentavam prejuízos no pré-covid. Mas, apesar deste cenário de crise no setor, o responsável acredita que já é visível a luz ao fundo do túnel.

"O sucesso de campanhas de restruturação, o encerramento de filiais não rentáveis e o perdão de dívidas através do mecanismo CVA - semelhante aos processos especiais de revitalização (PER) em Portugal -  trazem esperança a um futuro mais risonho para o setor", acrescenta.

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