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Protecção contra credores: leão deixa de rugir na MGM

Os estúdios da MGM solicitaram protecção ao abrigo da lei de falências norte-americana.

03 de Novembro de 2010 às 16:37
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A Metro-Goldwyn-Mayer (MGM) Inc. pediu hoje protecção contra credores, no âmbito do Capítulo 11 da lei de falências dos EUA.

A MGM apresentou o pedido em Nova Iorque, com aprovação de praticamente todos os seus credores, avança o “The Wall Street Journal”.

Na semana passada, os credores da empresa cinematográfica aprovaram um plano destinado a perdoar mais de quatro mil milhões de dólares em dívidas, em troca de participações accionistas no estúdio que deverá sair da reestruturação decorrente do processo de falência.

A MGM, citada pelo “WSJ”, considera que o juiz de falências deverá aprovar o seu plano de reestruturação no prazo de cerca de um mês, abrindo caminho para uma subida rápida do processo até ao tribunal de falências. Até lá, o “leão” – imagem da MGM – deixa de rugir.

O estúdio pretende angariar aproximadamente 500 milhões de dólares depois de sair deste processo de falência, dinheiro esse que se destinará a financiar novos filmes e programas televisivos, de par com outras actividades.

Stephen Cooper continuará a liderar a MGM durante esta reestruturação no âmbito do processo de falência.

Todos à espera da empresa reorganizada

A empresa - distribuidora dos filmes de James Bond e Rocky e responsável por outros êxitos de bilheteira, como “O Feiticeiro de Oz”, tinha pensado pedir a protecção contra credores no passado fim-de-semana, mas adiou essa solicitação para negociar com o credor Carl Icahn, sublinha o “WSJ”. O célebre investidor ofereceu-se para comprar a dívida de outros credores da MGM, mas não conseguiu apoio suficiente para um acordo.

Icahn tem tentado incentivar os credores da Metro-Goldwyn-Mayer – onde se incluem o J.P. Morgan Chase, o Crédit Suisse e fundos de cobertura de risco como a Anchorage Advisors e a Highland Capital Management – a aceitar uma fusão da MGM com o estúdio rival Lions Gate Entertainment, mas sem sucesso, refere ainda o jornal norte-americano.

O estúdio de Hollywood, que afundou depois do forte endividamento acumulado através do Leveraged Buy-Out (LBO) de 2005, tem assim, neste momento, o acordo dos credores para o plano de extinguir cerca de quatro mil milhões de dívida e integrar, no seu conselho de administração, gestores do Spyglass Entertainment Group, os produtores de “O Sexto Sentido”.

No pedido de protecção contra credores hoje apresentado, a empresa sedeada em Los Angeles reportou activos e passivos superiores a mil milhões de dólares (em cada um dos itens), refere a Bloomberg. A MGM entregou o processo ao abrigo do Capítulo 11 juntamente com uma sua subsidiária, a Orion TV Productions.

Carl Icahn concorda com este processo de falência para a reestruturação da MGM e mostrou-se satisfeito por, desta forma, a empresa cinematográfica já não avançar com a aquisição do arquivo filmográfico Cypress.

Entretanto, o Lion Gate está a processar Icahn, alegando que enganou os seus accionistas e interferiu com os seus próprios esforços de fusão com a MGM e outros estúdios.

O LBO refere-se a uma transacção onde se adquire o controlo accionista de uma empresa, sendo uma parcela significativa do pagamento financiado através de dívida. A MGM foi vendida por 2,85 mil milhões de dólares num “leveraged buy-out” em 2005, altura em que já se debatia com o nível de alavancagem. O grupo comprador integrou as empresas de capital de risco Providence Equity Partners, a TPG Capital, o Quadrangle Group e a DLJ Merchant Banking Partners, bem como a Comcast Corp. e a Sony, salienta a “ABC News”.

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