O Estado prevê alienar uma percentagem ate 20% do capital da Galp, este ano, operação que o ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, diz que vai garantir mais de 50% das receitas estimadas para este ano em privatizações, de 1,6 mil milhões de euros.

Tendo em conta a compra da participação da EDP por Américo Amorim no final do ano passado que valorizou a empresa em 5.050 milhões de euros, os 20% da Galp estão avaliados em mil milhões de euros. Pelo menos o Governo estima encaixar mais de 800 milhões de euros (metade do previsto com privatizações este ano) com o IPO da Galp.

A dispersão em bolsa da Galp já só vai acontecer no segundo semestre deste ano, disse o ministro. Sobre a percentagem de 20% do capital a alienar pelo Estado, Teixeira dos Santos reconhece há "razões que aconselham a que assim seja", mas é preciso que as condições de mercado permitam atingir uma operação dessa dimensão.

O ministro afastou contudo a possibilidade de vender já este ano a totalidade do capital público da Galp.

Com o programa de privatizações previsto para 2006-2007, o Governo estima um encaixe para o Estado de 2,4 mil milhões de euros, dos quais 1,6 mil milhões em 2006. O Estado controla, directa e indirectamente, cerca de 30% do capital da Galp.

Américo Amorim comprou no final do ano passado a participação da EDP de 14,3% e tem uma opção para adquirir pelo mesmo preço a posição da REN de 18,3%, o que lhe dera uma participação equivalente à da ENI de 33,34%. A Iberdrola vai vender a sua participação de 4% na Galp e a Caixa irá entrar com uma posição até 5% onde ficarão concentrados os direitos especiais do Estado na empresa.