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Preços da produção agrícola desceram na UE, mas em Portugal subiram puxados pelo azeite
Dados do Eurostat relativos ao terceiro trimestre do ano indicam que, em média, entre julho e setembro, preços da produção agrícola diminuíram 9%. Só houve seis países com tendência inversa e Portugal foi um deles.
Os preços da produção agrícola diminuíram, em média, 9% na União Europeia (UE) no terceiro trimestre do ano, mas subiram em Portugal 8,8% puxados sobretudo pelo valor do azeite.
Dados do Eurostat, publicados esta quarta-feira, revelam uma inversão da tendência de forte crescimento registada em 2021 e 2022, sugerindo uma estabilização dos mercados globais após um período disruptivo. O pico dos preços médios no produtor foi atingido no terceiro trimestre de 2022 (+30% face ao período homólogo de 2021), seguindo-se depois um abrandamento progressivo até ao declínio registado agora (+26% no quarto trimestre de 2022; +17% no primeiro trimestre de 2023 e +2% no segundo trimestre).
A descida global dos preços da produção agrícola entre julho e setembro reflete, porém, segundo o gabinete de estatísticas europeu, "acentuados contrastes" entre produtos: o preço médio dos cereais, por exemplo, caiu 32%, o do leite diminuiu 15%, ao passo que a descida nas frutas correspondeu a 5% e de aves na ordem dos 3%. Em sentido inverso, houve subidas de relevo no azeite (+73%), mas também nas batatas (+48%) ou na beterraba-sacarina (+44%).
Entre os principais fatores (não relacionados com investimento) esteve a descida dos preços dos fertilizantes e adubos (-36%), da energia e lubrificantes (-18%) e da alimentação animal (-12%), refere o Eurostat.
Olhando por países, a descida dos preços médios da produção agrícola foi comum a 21 dos 27, com as maiores descidas registadas em nações com alta especialização em cereais e/ou leite, caso da Bulgária (-28%), Hungria (-26%) e Lituânia e Letónia (ambos com -24%).
Em contraciclo estiveram seis países do sul da Europa, onde os preços médios subiram no terceiro trimestre do ano. A encabeçar a lista esteve a Grécia (+22%), Chipre (+11%) e Portugal (8%). Seguiram-se Espanha e Malta (ambos com +5%) e Itália (+1%), com o Eurostat a indicar que um dos fatores por detrás destas subidas tem que ver com o facto do preço do azeite ter disparado (+103% em Espanha, +101% na Grécia, +99% em Portugal e +31% em Itália).