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Portugal exporta menos carne após uma mão cheia de anos de crescimento
Portugal produz cada vez mais carne, num quadro de reactivação da procura no mercado interno, mas, após cinco anos de crescimento, as exportações baixaram em 2016 para 128 milhões de euros, enquanto as importações aumentaram para 164 milhões.
A balança comercial portuguesa de derivados de carne, que vinha melhorando significativamente nos últimos anos, tendo passado de um défice de 61 milhões de euros em 2010 para 19 milhões 2015, piorou no ano passado.
Em 2016, após cinco anos de crescimento, as exportações nacionais de derivados de carne baixaram para 128 milhões de euros, o que traduz uma perda de sete milhões em relação ao ano anterior, avança um estudo da Informa D&B sobre o sector, a que o Negócios teve acesso.
Já as importações, que tinham estabilizado nos 155 milhões de euros, aumentaram cerca de nove milhões para 164 milhões de euros em 2016.
Resultado: o défice da balança comercial agravou-se em cerca de 16 milhões de euros, atingindo os 36 milhões.
Já o valor da produção no sector de derivados de carne situou-se, no ano passado, em 975 milhões de euros, "o que supôs um crescimento de 0,5% em relação a 2015, num enquadramento de reactivação da procura no mercado interno", realça o estudo da D&B.
Ainda segundo a mesma fonte, no ano de 2015 operavam em Portugal 448 empresas fabricantes de derivados de carne, mais 3% do que no ano anterior.
Em termos de volume de emprego, após a perda de cerca de 800 trabalhadores nos últimos anos, o sector voltou a criar postos de trabalho em 2015, ano em que empregava 6.600 pessoas, mais 6,6% do que um ano antes.
Trata-se de um sector em que predominam os operadores de pequena dimensão, com 76% das empresas a declararem um quadro de pessoal inferior a 10 pessoas. Apenas 20 empresas empregam mais de 50 trabalhadores.
A actividade de fabricação de derivados de carne está concentrada nas zonas Norte e Centro do país, que reúnem 38% e 28% do total de empresas, respectivamente. Segue-se a zona do Alentejo, com pouco mais de 20% dos produtores.