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Portugal em contraciclo com Europa no novo crédito ao consumo em 2021

Além de Portugal, também a Alemanha, Dinamarca e Holanda foram registaram quebras moderadas na concessão de novos créditos ao consumo em termos globais.

Consumo privado tem sido determinante na recuperação da economia portuguesa, mas a falta do turismo está a desequilibrar a balança comercial.
Mariline Alves
22 de Junho de 2022 às 13:03
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Os novos contratos para a concessão de crédito ao consumo em Portugal recuaram e registaram até resultados negativos em algumas rubricas no ano passado, colocando o país a este nível na cauda da Europa, onde se assistiu a uma subida na ordem dos 13%.

É pelo menos o que indicam dados da Eurofinas, divulgados, esta quarta-feira, pela Associação de Instituições de Crédito Especializado (ASFAC), que faz parte do conselho de administração daquela federação europeia representativa do setor.

Em termos globais, o total do crédito ao consumo utilizado em Portugal pelos associados da ASFAC no ano passado foi de 12,5 mil milhões de euros. Destes, 5,4 mil milhões corresponderam a novos contratos, o que representa uma quebra de 3,87%, a qual é explicada principalmente pela concessão de novos créditos pessoais que sofreu uma redução de 7,41%.

Segundo a ASFAC, no crédito para a aquisição de veículos novos e usados, o desempenho de Portugal foi positivo, com um total de 2 mil milhões de euros concedidos, o equivalente a um crescimento de 2,8%. No aglomerado, verificou-se um total de crédito utilizado (novos e existentes) de 12,5 mil milhões de euros (5,2 milhões de crédito pessoal e 'revolving' e 7,3 milhões de crédito automóvel).

Olhando para a Europa, ainda d
e acordo com a Eurofinas, além de Portugal, também a Alemanha, Dinamarca e Holanda registaram quebras moderadas na concessão de novos créditos ao consumo em termos globais.

Já a nível europeu registou-se, em 2021, uma subida de 12,8% nestes novos créditos, que totalizaram 449 mil milhões de euros.

Em comunicado, a ASFAC sinaliza que "um dos dados mais interessantes" prende-se com  o financiamento para a aquisição de veículos automóveis, com os carros usados a superarem os veículos novos: nos primeiros registou-se uma subida de 14,3% e nos segundos 5,3%.

Em face dos dados da Eurofinas, o secretário-geral da ASFAC, Duarte Gomes Pereira, considera serem "
necessárias medidas de incentivo e não de estagnação do crédito". Isto "sob pena de criar impactos muito negativos e mesmo catastróficos no crédito e, consequentemente, na economia, no desenvolvimento e no emprego, tendência que já se verifica em resultado dos diversos impactos de saúde pública, bélicos e de inflação", refere, citado no mesmo comunicado enviado às redações.

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