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Portuense Adapttech vai aos Estados Unidos mostrar adaptação de prótese ao mundo

A “start-up” biomédica Adapttech, que conta com a capital de risco da Hovione, já começou com os ensaios clínicos da sua tecnologia, que pretende melhorar a adaptação de próteses em amputados do membro inferior, e vai à “montra” norte-americana apresentar o protótipo ao mundo.

A "start-up" biomédica Adapttech está sediada no Porto e já emprega uma dezena de pessoas.
05 de Setembro de 2017 às 16:08
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Existem cerca de 32 milhões de pessoas amputadas em todo o mundo, das quais sete milhões na Europa e na América do Norte, "e independentemente do tipo de prótese que usam, quase todos sofrem de algum tipo de problema ou desconforto", que é "causado pela falta de adaptação entre o encaixe da prótese e o coto do amputado".


É este o mercado potencial da Adapttech, uma "start-up" fundada por dois antigos alunos da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, que desenvolveram uma tecnologia que pretende melhorar a adaptação das próteses em amputados do membro inferior.

A "smart prosthetic-fitting solution" é o nome do produto desenvolvido pela Adapttech, que pretende "providenciar aos prestadores de serviços médicos uma forma fácil, rápida e rentável de corrigir a adaptação da prótese ao coto do membro inferior do amputado".

De acordo com esta "start-up" do Porto, "o objectivo é não só tornar o processo mais eficiente (de um período indeterminado que pode levar meses a apenas duas sessões) mas também melhorar a qualidade de vida dos pacientes, já que todo o processo de reabilitação pode ser rigorosamente monitorizado".

Baseada em modelação em 3D, visão por computador e um sistema de sensores colocados na pele, o sistema recolhe informação - de pressão, movimento, atrito e temperatura na zona de contacto -, e informa em que zonas é que a prótese deve ser modificada, "permitindo assim maior conforto e a redução do tempo de adaptação à prótese", explica a Adapttech.

Depois de, em Maio do ano passado, ter conseguido fechar a primeira ronda de investimento com a Hovione Capital, da portuguesa Hovione, que actua no sector químico produzindo princípios activos para a indústria farmacêutica, a equipa da Adapttech "cresceu de duas para 10 pessoas" e "prepara-se para uma nova ronda de investimento", anunciou a empresa, em comunicado enviado ao Negócios.

Entretanto, em Agosto passado "deu início aos primeiros ensaios clínicos" com o primeiro produto em parceria com o Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão, e vai avançar com "um ensaio clínico além-fronteiras - em Birmingham, no Reino Unido".

"Os primeiros testes demonstram resultados muito promissores. Em certos casos, o sistema da Adapttech não só identificou e localizou problemas com o encaixe da prótese primeiro que o técnico, como ainda identificou problemas que este não era capaz de identificar de todo", garante Frederico Carpinteiro, co-fundador da empresa.

A Adapttech considera estar assim em condições de apresentar ao mundo o seu produto, pelo que decidiu marcar presença na Orthotic & Prosthetic World Congress, que vai acontecer em Las Vegas entre amanhã, 6 de Setembro, e sábado. Trata-se do maior evento, nesta área de ortopedia e prótese, que se realiza nos Estados Unidos.

 "A Adapttech não podia deixar de estar presente nesta feira, não só para conhecer o mercado de O&P [Orthotic & Prosthetic] e apresentar o nosso protótipo ao mundo mas também para reunir com várias pessoas e instituições dos Estados Unidos com quem temos contactado ao longo dos últimos dois anos. Finalmente vão poder ver o nosso produto (ainda que protótipo) em funcionamento", explica Frederico Carpinteiro.

"Queremos recolher o máximo de ‘feedback’ daquele que vai ser um dos nossos mercados principais para poder melhorar e produto e garantir que a entrada no mercado será um sucesso", sintetizou o co-fundador desta "start-up" biomédica. 

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