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Portucel pode ser parceira da Ence no Uruguai

A fabricante espanhola de pasta e papel Ence está à procura de um parceiro para avançar com a sua fábrica uruguaia de Punta Pereira, e a Portucel está entre as prováveis candidatas.

16 de Fevereiro de 2009 às 18:31
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A fabricante espanhola de pasta e papel Ence está à procura de um parceiro para avançar com a sua fábrica uruguaia de Punta Pereira, e a Portucel está entre as prováveis candidatas.

A empresa espanhola anunciou, em finais de Janeiro, que havia seis grupos líderes no sector das florestas, da celulose e do papel interessados em participar no projecto e que essas empresas tinham “provada capacidade operacional e financeira”, segundo o “El País”.

Agora, a empresa estreitou esse leque para quatro intervenientes estrangeiros, noticia hoje a Reuters, que aponta a Portucel e as finlandesas Stora Enso e UPM como as mais prováveis candidatas.

“Estamos a negociar com quatro grupos internacionais europeus e americanos”, declarou à Reuters uma fonte próxima da Ence. No entanto, nenhuma destas três empresas confirmou o seu interesse à agência noticiosa, preferindo não tecer comentários. Contactada pelo Negócios, a Portucel também não deu ainda resposta.

“Neste momento, a Portucel está presente apenas na Europa e colocar um pé na América Latina seria claramente interessante para a empresa”, comentou à Reuters um analista da Espírito Santo Research, Luís Navia.

As brasileiras Votorantim Celulose e Papel e Suzano poderiam ser também candidatas, mas ambas afirmaram à Reuters não estar interessadas no projecto.

Num comunicado de Outubro, a Portucel afirmou que pretendia crescer fora de Portugal e que tinha analisado várias oportunidades de investimento na América Latina, tendo assinado acordos com o governo uruguaio para proceder a essa análise, relembra o “El País”. Com efeito, é sabido que a empresa portuguesa quer construir uma fábrica de celulose com capacidade de 1,3 milhões de toneladas anuais num país sul-americano.

A Ence espera encontrar um parceiro que pague cerca de 125 milhões de euros por uma participação de quase 50% na fábrica uruguaia de Punta Pereira e que contribua também com os mil milhões de euros que faltam para pôr a fábrica em funcionamento, salienta a Reuters.

Punta Pereira terá também uma capacidade de produção de 140 megawatts de energias renováveis. Na falta de um investidor, a Ence poderá ter que vender a fábrica ou adiar o projecto, diz a agência britânica.

“Integrar um parceiro no Uruguai colocaria a Ence numa posição mais descontraída para encarar o seu plano estratégico, afastaria os fantasmas de um aumento de capital e lançaria definitivamente um projecto que se tem revelado complicado desde o início e que é considerado estratégico para o futuro da companhia”, segundo se lê no “site” do “Invertia”.

Portucel integra consórcio espanhol para porto de águas profundas

Entretanto, a Portucel será uma das empresas que integrarão o consórcio responsável pela construção de uma mega-infraestrutura no porto uruguaio de águas profundas de La Paloma, segundo o “Periodista Digital”.

O investimento, no valor de 1.200 milhões de dólares, será liderado pela espanhola Benel, e a Portucel é uma das empresas interessadas, segundo a mesma fonte.

“A Portucel é uma das empresas que farão parte do consórcio que vai concorrer à licitação. Será depois o governo que determinará a adjudicação”, declarou o representante da Benel, Julián Roa Haro.

O projecto contempla o desenvolvimento de um porto multimodal, com um terminal celulósico, outro para granéis, uma central regasificadora e talvez um terminal para minerais, avançou o mesmo responsável, citado pelo “Periodista Digital”.

Portugueses encarecem mercado do eucalipto na Galiza

A Portucel é também hoje citada na imprensa espanhola por outros motivos. Segundo o “Xornal de Galicia”, a entrada de empresas lusas no sector do eucalipto galego fez subir o preço da tonelada de madeira, de 18 euros em 2005 para 35 euros actualmente, o que está a aliviar a situação económica dos proprietários de “montes” da comunidade galega.

A indústria portuguesa compete directamente com a Ence, Finsa ou Tablicia e a ideia das empresas lusas é aumentarem a sua presença no território espanhol, segundo o jornal galego, que cita a Portucel-Soporcel e empresários como Belmiro de Azevedo entre os que se fixaram naquela comunidade, especialmente no Norte.

Actualmente, as empresas portuguesas compram mais de 200.000 toneladas anuais de madeira naquela região espanhola, quantidade que está contudo ainda muito longe da procura de um milhão de toneladas por parte da Ence e do sector da madeira laminada, onde operam empresas como a Finsa e a Tablicia.

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