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Portas defende que decisões económicas não podem ter preconceitos

O ministro do Estado e Negócios Estrangeiros defendeu que as decisões económicas não devem ser tomadas por preconceito e que se houver uma empresa não europeia que apresente melhor propostas num processo de privatização deverá ganhar.

Bruno Simão/Negócios
25 de Junho de 2013 às 07:51
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"Não há decisões económicas tomadas por preconceito, se houver uma companhia europeia, e outra que não é europeia, por exemplo da América Latina, por exemplo do México, que se candidata a uma privatização, se a proposta não europeia tiver mais postos de trabalho, mais investimento, mais financiamento, mais potencial, então é essa que deve ganhar", referiu na segunda-feira à noite Paulo Portas, no início de uma visita oficial de três dias ao México.

 

O chefe da diplomacia portuguesa iniciou na segunda-feira uma visita oficial de três dias ao México, com uma agenda dominada pela componente de diplomacia económica e com a presença de uma delegação que inclui cerca de 60 empresários.

 

Nesta "missão política e empresarial", Paulo Portas sublinhou a importância dos contratos garantidos pelo grupo Mota-Engil, com uma carteira de encomendas global no México de mil milhões de dólares (763 milhões de euros).

 

"É bom que as pessoas tenham a noção que, com estes contratos, a Mota-Engil está a proteger 4.500 postos de trabalho que tem em Portugal e os 1.300 portugueses que tem espalhados por todo o mundo", sublinhou, referindo que o México já se afirma como o terceiro cliente português na América Latina.

 

Em declarações aos jornalistas em Xalapa, capital do estado de Veracruz - onde o grupo Mota-Engil garantiu importantes projectos na área da construção rodoviária associado a empresas locais e estrangeiras - Paulo Portas disse que Portugal está "aberto ao investimento mexicano", mas enfatizou a importância do reforço das exportações portuguesas num contexto económico interno difícil.

 

De acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística, as exportações portuguesas para o México recuaram 6% no primeiro trimestre de 2013, face a igual período do ano anterior.

 

"Ganhar mercados no exterior e internacionalizar-se é não só estar à frente do mundo global mas também proteger a retaguarda num mundo que é difícil", precisou o ministro, que também justificou a ênfase fornecida à diplomacia económica.

 

"Tenho a tutela da AICEP (Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal) articulada com outros ministérios, tenho o dever de promover as exportações portuguesas e trazer investimento estrangeiro para Portugal", disse.

 

"Estou a cumprir um dever e garanto que não vou perder um minuto para tentar conseguir que mais empresas portuguesas exportem para o México e haja investimentos mexicanos no nosso país, e estamos a pensar numa missão empresarial mexicana em Portugal", revelou ainda.

 

O crescimento da economia do país latino-americano (3,7% em 2011, segundo dados do FMI), um "mercado potencial" de 115 milhões de pessoas e a participação do México na Aliança do Pacífico foram outras justificações para esta aposta.

 

"Se os portugueses não venderem aqui, vendem outros, portanto os negócios que pretendemos fazer aqui não se podem perder para outros", afirmou.

 

Adoptar decisões de "forma objectiva, pragmática e de acordo com os melhores padrões internacionais" foram aspectos também sublinhados pelo chefe da diplomacia portuguesa, porque "fazer bem as privatizações" pode contribuir para a redução da dívida pública, como sustentou.

 

"O México é uma economia para onde todo o mundo está a olhar. E, por isso, há hoje aqui condições para investir no exterior e Portugal quer ser um dos países onde o México pode investir", concluiu.

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