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Ponce Leão acha “mal” que processo sobre Rodrigues dos Santos seja arquivado

Ponce Leão acha "mal" que o processo disciplinar "possa vir a ser arquivado" e faz questão de manifestar a sua estranheza pelo facto do jornalista "dizer a todos os jornais que não fala sobre este processo e depois vão aparecendo notícias a dizer, por exe

04 de Dezembro de 2007 às 10:55
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Ponce Leão acha "mal" que o processo disciplinar "possa vir a ser arquivado" e faz questão de manifestar a sua estranheza pelo facto do jornalista "dizer a todos os jornais que não fala sobre este processo e depois vão aparecendo notícias a dizer, por exemplo, que o que está em causa que ele sai à hora de almoço e que não pica o ponto".

Surgiu na recta final do mandato da equipa de Almerindo Marques, mas será seguramente um dos momentos marcantes do trajecto do actual conselho de administração da RTP. Embora evite aprofundar o assunto, Ponce Leão faz questão de manifestar a sua estranheza pelo facto de José Rodrigues dos Santos "dizer a todos os jornais que não fala sobre este processo e depois vão aparecendo notícias a dizer, por exemplo, que o que está em causa que ele sai à hora de almoço e que não pica o ponto".

A este propósito, o vice-presidente da RTP esclarece que, no que respeita ao controlo de assiduidade, os comentários existentes inserem-se "num processo bem mais complexo que era a recusa da área da informação de aceitar este tipo de controlo".

"Só em Junho deste ano é que a direcção de informação aceitou implementar esse sistema, e a partir desse momento, ele é válido para todos. Há quem o cumpra de forma rigorosa, quem o cumpra de forma menos rigorosa e quem o cumpra de uma forma fraudulenta", resume Ponce Leão, sublinhando sempre não estar a referir-se "concretamente ao dr. José Rodrigues dos Santos".

Ainda assim, reconhece que, "nos trinta dias anteriores ao processo que lhe foi instaurado", o número de violações registadas por Rodrigues dos Santos "foi superior àquilo que é normal", coisa que "não tinha acontecido nos seis meses anteriores".

Considerando "irrelevante" o impacto que este processo possa ter na opinião pública, Ponce Leão recorda ainda que "em Março de 2007" Rodrigues dos Santos proferira "as mesmas referências ao incidente de 2004". "Nessa altura nada aconteceu, mas agora foi diferente, porque ele não se referiu apenas ao que aconteceu em 2004: falou em interferências, no plural", pormenorizou o vice-presidente da RTP.

"Além disso, quando teve oportunidade de esclarecer a dúvida que surgiu sobre se se referia ao presente ou ao passado, ele disse que não se referia apenas a 2004, mas sim ao período entre 2002 e 2004, falando de recados, de humilhações e dizendo que ainda hoje era perseguido", contextualiza Ponce Leão. E garante que "nem uma só das pessoas ouvidas sobre qual o entendimento que fazia da acusação do dr. Rodrigues dos Santos consegue restringir o assunto a um problema de nomeação de uma correspondente".

Sobre esse processo de nomeação, Ponce Leão explica que "a ordenação desses correspondentes não foi homologada pelo conselho de administração, porque a aplicação dos critérios foi feita de uma forma tão absurda que conduzia a um desvirtuamento dos resultados".

Um desvirtuamento que era praticado "pelo júri do concurso, presidido pelo dr. Rodrigues dos Santos" e que levou ao afastamento de um elemento da direcção de recursos humanos das funções até então desempenhadas. "Ou era um erro tão grosseiro que não podia continuar na área de recrutamento, ou então era manipulação de resultados", justifica Ponce Leão.

Sobre o desenlace deste processo, o vice-presidente da RTP reitera que "não há atitude persecutória", nem "intenção de despedimento a priori". Ainda assim, acha "mal" que todo este processo "possa vir a ser arquivado". "Tenho dificuldade em vislumbrar explicações para algumas situações que conheço deste dossier."

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