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Pandemia afundou consumo de materiais, água e energia no Banco de Portugal
O primeiro relatório de sustentabilidade do Banco de Portugal revela que o confinamento de 2020 “teve um impacto significativo” nos consumos da instituição.
O contexto "inesperado e sem paralelo no nosso tempo histórico" da pandemia teve "um impacto significativo" na evolução do consumo de energia, água e materiais do Banco de Portugal (BdP).
Segundo o primeiro relatório de sustentabilidade da instituição encabeçada por Mário Centeno, revelado esta sexta-feira, o consumo de materiais como plástico e papel no BdP caiu, em 2020, para menos de metade de 2019. Os resultados dizem respeito ao período entre 1 de janeiro de 2019 e 31 de dezembro de 2020.
Já produção de resíduos recuou cerca de 23%. "Esta redução é consequência de uma menor presença nos edifícios do Banco, mas também da sensibilização dos colaboradores e da implementação de medidas para atingir as metas definidas", sublinha o relatório.
O consumo de água na instituição reduziu-se 25%, enquanto os gastos totais de energia recuaram 6%. O consumo de combustíveis diminuiu 19% e o gasto de energia elétrica tombou 6%, sendo que 98% da energia elétrica consumida nas delegações do banco teve origem renovável em 2020.
Na prossecução dos objetivos de sustentabilidade fixados, o BdP adquiriu, desde 2019, 12 viaturas, "das quais 11 híbridas e uma elétrica, e instalou três pontos de carregamento elétrico em dois dos seus edifícios".
No mesmo relatório, a instituição refere ter sido ainda "pioneira" na subscrição dos dois fundos "verdes" criados pelo Banco de Pagamentos Internacionais, "concretizando a aposta em práticas de investimento ambientalmente responsáveis".
No capítulo da responsabilidade institucional, entre outras medidas, o BdP concluiu o plano de implementação do pacto de não concorrência, "que prevê que os trabalhadores com cargos de gestão ou em determinadas áreas de negócio observem um período de nojo (cooling-off) entre o fim da atividade ao serviço do Banco e o início de funções em entidades supervisionadas".
Foi ainda desenvolvida uma política sobre ofertas, segundo a qual os trabalhadores e membros do Conselho de Administração e do Conselho de Auditoria "estão proibidos de aceitar, em benefício próprio ou de terceiros, ofertas, prémios e outros benefícios ou recompensas que de algum modo estejam relacionadas com as funções exercidas, salvo em situações excecionais devidamente identificadas".
Ainda no âmbito da pandemia, o BdP reconhece que esta "teve um impacto significativo na gestão de pessoas". Em março do ano passado, e em menos de uma semana, a instituição enviou 1.200 colaboradores para casa, "continuando apenas a ser executadas presencialmente funções relacionadas com a emissão monetária, os sistemas de pagamentos, e outras funções de apoio indispensáveis ao funcionamento do Banco". Durante o confinamento, o banco atribuiu "mais de 240 portáteis, 150 telemóveis e 250 cartões com chip para acesso remoto".
Na primeira fase de desconfinamento "foi elaborado um plano de regresso faseado às instalações e preparados 2.000 kits de boas-vindas".
A atuação do BdP durante a pandemia teve a melhor avaliação atribuída pelos colaboradores entre os bancos centrais europeus.
Ainda na sequência da crise pandémica, o BdP revela que em 2020, o número de visitas ao Portal do Cliente Bancário, que divulgou informação as condições de acesso às moratórias de crédito, aumentou 25%.