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Nestlé fecha 2020 com receitas recorde e investimento de 71 milhões em Portugal
A Nestlé Portugal chegou ao fim de 2020 com receitas de 565 milhões de euros, naquele que foi o melhor resultado de sempre da empresa no país, apesar da quebra de 85% do canal Horeca.
A empresa beneficiou do aumento do consumo no lar, de produtos como café e cereais, que cresceram "muitíssimo" e compensou a quebra de 85% das vendas para o canal Horeca. No segmento das cápsulas de café, a empresa atingiu uma quota de mercado no retalho de 38,4%, mais 5,7 pontos face ao ano anterior. No total das categorias onde opera, a Nestlé atingiu 35% de quota de mercado.
No último ano, a empresa investiu 71 milhões de euros. Deste valor, 16,5 milhões de euros foram investidos nas operações das fábricas, em novas linhas de produção e tecnologia, e 55,6 milhões de euros foram aplicados em marketing. "Considerando todos os canais de media, investimos globalmente mais 52% e, em particular nos media", refere a empresa em comunicado. O valor torna a empresa na maior anunciante da indústria de alimentos e bebidas em Portugal.
A Nestlé refere que "tem vindo a atrair mais projetos para as suas fábricas", produzindo não só para o mercado interno mas também para exportações, nomeadamente cereais e café. Em 2020, a empresa exportou 96 milhões de euros.
A empresa de origem suíça tem duas fábricas em Portugal, em Avanca e no Porto, onde nos últimos três anos a produção aumentou 12%, o equivalente a 4% ao ano. Em 2020, foram produzidas 52 mil toneladas de produtos.
A Nestlé também tem vindo a reforçar as compras a produtores locais. Em Portugal, a empresa compra, sobretudo, cereais a produtores do Alentejo, onde há matéria-prima "com características específicas para a produção, entre outras, da gama Cerelac".
Em 2020, "a Nestlé comprou em Portugal 60% das suas necessidades com um investimento total de 124 milhões de euros". Além de cereais, as compras incluem também materiais de embalagem e serviços. "Com esta política de compra local, conseguimos, no espaço de uma década, reduzir em 53% as nossas emissões de CO2 no transporte por tonelada de produto", refere a empresa. Nesta área, o principal objetivo do grupo é chegar a 2030 com 50% das principais matérias-primas obtidas através de práticas agrícolas mais sustentáveis ?.
Teletrabalho para manter
A empresa mantém 1.300 colaboradores em teletrabalho, uma prática que começou a implementar há três anos e pretende manter para quem o quiser. "Não vamos afixar quotas para o trabalho presencial", destacou o diretor-geral.
A empresa pagou ainda um prémio adicional nos primeiros meses da pandemia para os trabalhadores na linha da frente, das fábricas e centros de distribuição, "que durante o cerco de Ovar asseguraram a continuidade da produção e distribuição". Os funcionários receberam um acréscimo de 20% no salário.
Já para os colaboradores da equipa de vendas do canal fora do lar, a empresa manteve o pagamento de comissões de vendas, através do cálculo de uma média, apesar do encerramento do canal Horeca durante o confinamento. A Nestlé garantiu ainda o pagamento de salário, por um período de 12 semanas, aos colaboradores que, devido à pandemia, ficaram impedidos de trabalhar. No total, a empresa gastou perto de seis milhões de euros nestas medidas.
Em 2020, a Nestlé "gerou 385 oportunidades de emprego", contando agora com 2.311 colaboradores em Portugal de 43 nacionalidades. Cerca de 5% das contratações foram na área das competências digitais.