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Mota-Engil negoceia participação em empresa de construção no Brasil
A Mota-Engil entrou no Brasil em 2009 e a eventual posição na construtora será a primeira investida que faz neste mercado no ramo principal, o da construção.
01 de Agosto de 2011 às 08:01
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"Estamos em fase de conclusão da aquisição de uma participação numa empresa média de construção, hoje vocacionada para obras rodoviárias", declarou.
Rossi não divulgou mais pormenores sobre o negócio, ainda não finalizado, mas disse que, com a participação, a Mota-Engil espera ampliar sua actuação no Brasil, hoje concentrada nas concessões rodoviárias e na gestão de resíduos.
A Mota-Engil entrou no Brasil em 2009 e a eventual posição na construtora será a primeira investida que faz neste mercado no ramo principal, o da construção.
Com o novo negócio, a Mota-Engil procura oportunidades para investir em grandes Obras Públicas. A empresa está interessada na concessão das obras de modernização dos portos e aeroportos brasileiros, afirmou Rossi.
Nas últimas semanas, o governo brasileiro divulgou um projecto para modernizar os aeroportos do país, devido à realização do Mundial de Futebol de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016.
O projecto prevê, inicialmente, a privatização dos aeroportos de Brasília, de Campinas e de Guarulhos, os dois últimos em São Paulo. Numa segunda etapa, a privatização deverá abranger os aeroportos do Galeão, no Rio de Janeiro, e de Confins, em Belo Horizonte. Rossi adiantou que a Mota-Engil aguarda a divulgação do edital para essas licitações, pois ainda "há muitas incertezas" em relação ao modelo de concessão.
A empresa, adiantou, tem "falado com 'players' do mercado para formar um grupo". Assim, a Mota-Engil entraria no negócio por meio da Ascendi, empresa que detém em sociedade com o Grupo BES.
A aposta da Mota é motivada pelo défice de infra-estruturas e para Rossi essa é uma necessidade de longo prazo do país, que não se limita aos eventos desportivos. "Não existe mercado que sobreviva de grandes eventos. O crescimento do sector no Brasil é de longo prazo", considerou.
Para investir, porém, a empresa diz que enfrenta dificuldades na contratação de mão-de-obra especializada.
A Mota-Engil diz que teria interesse em transferir engenheiros portugueses para o Brasil, mas enfrenta para isso a burocracia no reconhecimento dos diplomas.
Já existe um protocolo firmado entre Ordem dos Engenheiros de Portugal e a entidade de classe do Brasil para facilitar a migração de trabalhadores qualificados. Se ratificado, o documento facilitará o processo.
"Portugal é um banco de recursos humanos", disse o director-presidente.
Actualmente, um dos principais negócios da Mota no Brasil é a participação no consórcio da concessão rodoviária Marechal Rondon-Leste, no Estado de São Paulo.
A empresa também participa da colecta de resíduos sólidos em mais de 15 municípios, além de operar três aterros sanitários e ter projectos para mais três.
Na América Latina, além do Brasil, a Mota tem negócios em Peru, México e, há seis meses, abriu um escritório na Colômbia.
Para este ano, a empresa prevê facturar 200 milhões de dólares nesses mercados, mais do que o triplo registado em 2010.