Joaquim Chaves, fundador do grupo com o mesmo nome conhecido pelos laboratórios de análises clínicas, morreu esta segunda-feira, aos 94 anos, informou a empresa, através de uma nota publicada na rede Linkedin.

"O Dr. Joaquim Chaves foi uma referência incontornável na área da saúde e o seu nome e pegada ficarão na história do setor em Portugal. 65 anos depois da criação desta nossa família, deixa-nos a missão e responsabilidade de continuar a honrar o seu compromisso e os valores pelos quais sempre se pautou: ética, transparência, rigor, profissionalismo e dedicação", refere o grupo Joaquim Chaves Saúde.

Numa nota, publicada no seu "site", a Ordem dos Farmacêuticos descreve-o como "uma das maiores referências nacionais na área das análises clínicas" e "um empreendedor e precursor no desenvolvimento e modernização do serviço de análises clínicas em Portugal".

Natural de Lisboa, Joaquim Chaves licenciou-se pela pela Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, em 1958, concluindo, dez anos depois, a especialidade em análises clínicas pela Ordem dos Farmacêuticos, refere a mesma entidade, sublinhando que a sua carreira profissional foi "justamente reconhecida" com a atribuição, em 2023, da Medalha de Honra.

"Fundou o Laboratório de Análises Clínicas Dr. Joaquim Chaves, em Mafra, em 1959, apostando sempre na inovação técnica e científica, na qualidade analítica, na automatização e na robótica" e, "hoje, o grupo Joaquim Chaves Saúde, com 65 anos de atividade, é um dos maiores operadores do setor das análises clínicas e um dos principais grupos nacionais da área da saúde, com serviços em múltiplas áreas e valências", enfatiza a Ordem dos Farmacêuticos.

O grupo 100% português, fundado em 1959, que opera exclusivamente na área da saúde, conta com sete laboratórios, aproximadamente 400 postos de análises clínicas, 14 clínicas médicas e de radioncologia e um "fitness club", segundo a informação disponível no seu "site", empregando um universo de 3.000 trabalhadores.

Joaquim Chaves foi, entre outros, sócio fundador da Associação Portuguesa de Analistas Clínicos, em 1975, e no ano seguinte integrou a direção de Biologia Clínica da Federação Internacional Farmacêutica, refere ainda a Ordem dos Farmacêuticos indicando que a sua colaboração com a Ordem teve como ponto alto a presidência da secção regional do sul, entre 1980 e 1982, período em que "visitou os laboratórios de análises clínicas de quase todo o país, numa altura em que se estabeleciam a primeiras convenções com os serviços médico-sociais e defendeu sempre o reconhecimento e a paridade dos farmacêuticos analistas clínicos com médicos patologistas".

A mesma entidade, que manifesta "as mais sentidas condolências pelo desaparecimento de uma das grandes figuras e exemplos da profissão farmacêutica em Portugal", informa que as cerimónias fúnebres decorrem a partir de quarta-feira pelas 18 horas, na Basílica da Estrela, e o funeral realiza-se no dia seguinte pelas 15h.