A Moody’s baixou o «outlook» da dívida da Endesa de «estável» para «negativo», alegando que a capacidade da maior eléctrica espanhola para fazer face aos seus credores pode ser afectada pela aquisição da empresa por parte da Gas Natural.

A notação para a dívida de longo prazo da Endesa e as suas subsidiárias mantém-se em «A3», podendo sofrer uma redução a curto prazo.

A Gas Natural lançou uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) hostil sobre a Endesa no valor de 22,5 mil milhões de euros na passada segunda-feira. A empresa gasista, que tem metade da dimensão da Endesa, celebrou separadamente um acordo com a Iberdrola para a venda de alguns activos da nova empresa, por forma a contornar obstáculos de concorrência.

«A mudança no ‘outlook’ reflecte um maior grau de incerteza que esta proposta de aquisição cria no perfil de risco futuro a nível de negócio e a nível financeiro no contexto de um grupo alargado Gas Natural/Endesa», afirma a analista da Moody’s, Helen Francis em comunicado.

A especialista considera que a operação, se for bem sucedida, poderá resultar num grupo com poderio quer no gás quer na electricidade, apesar do «impacto financeiro total desta transacção ainda não ser claro, incluindo a localização da dívida futura a+ós a aquisição».

Ao mesmo tempo, a Gas Natural indicou que poderá aumentar e acelerar investimentos na geração de electricidade que poderão levar a um aumento da dívida da Endesa e conduzindo a um enfraquecimento  do perfil financeiro da Endesa, afirma a Moody’s.

A agência de «rating» de dívida afirma que, se a oferta não for bem sucedida, a Endesa deverá manter a notação de «A3».