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Ministro da Economia diz que Governo não se deve envolver em situação da Autoeuropa
O ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, disse hoje no parlamento que o Governo "não se deve envolver directamente" no conflito laboral existente na fábrica da Autoeuropa, mas assegurou acompanhamento das negociações na empresa em Palmela.
"O Governo tem estado atento ao processo, mas não se deve envolver directamente nem trazer para a praça pública as questões internas da empresa", afirmou o governante, que estava a ser ouvido pela comissão de Economia, Inovação e Obras Públicas, na Assembleia da República.
Manuel Caldeira Cabral recordou que já se reuniu tanto com a direcção da fábrica de Palmela como com o presidente executivo da Volkswagen em Milão, Itália.
"O que demonstrei foi confiança em que se encontre uma solução com a comissão de trabalhadores, que satisfaça ambas as partes", referiu.
O governante assinalou que esta é uma "empresa muito importante" para Portugal, uma vez que está "a fazer grandes investimentos" no país, que passam, desde logo, pela "duplicação da produção".
Os trabalhadores da Autoeuropa contestam a obrigatoriedade de trabalhar ao sábado após a implementação do novo horário de laboração contínua, com três turnos diários de segunda a sábado.
Com o novo horário que a administração da Autoeuropa pretende colocar em prática a partir de Novembro, os trabalhadores da fábrica passam a ter uma folga fixa ao domingo e uma folga rotativa nos outros dias da semana, o que significa que só terão dois dias de folga consecutivos quando a folga rotativa for ao sábado ou à segunda-feira.
Uma vez que a actual Comissão de Trabalhadores está demissionária, devido à rejeição pelos trabalhadores do pré-acordo que tinha negociado com a empresa, a administração da Autoeuropa deverá esperar pela eleição da nova Comissão de Trabalhadores, marcada para dia 3 de Outubro.
Segundo fontes da empresa, só nessa altura a administração deverá retomar o processo negocial.
Hoje, o presidente executivo da marca Volkswagen disse esperar uma solução em Outubro para o conflito laboral da Autoeuropa e afastou a hipótese de transferir a produção do novo modelo T-Roc de Palmela.