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Eleições na Autoeuropa com recorde de listas
As eleições desta terça-feira contam pela primeira vez com seis listas, entre independentes, e afectos à UGT e CGTP. O primeiro desafio da lista vencedora vai ser resolver o impasse sobre o trabalho ao sábado.
Os 3.500 trabalhadores da Autoeuropa vão esta terça-feira a votos para eleger uma nova comissão de trabalhadores até 2020. Estas serão as eleições mais disputadas de sempre na fábrica da Volkswagen, contando com um total de seis listas, um número recorde em mais de duas décadas de existência.
Entre as listas que vão a votos, a lista C é encabeçada por José Carlos Silva, membro do sindicato SITE Sul, afecto à CGTP. Já a lista B é liderada por Isidoro Barradas, do Sindel, sindicato afecto à UGT. Por seu turno, o coordenador da comissão de trabalhadores demissionária, Fernando Sequeira, ligado ao Bloco de Esquerda, está à frente da lista F.
Por sua vez, a lista E tem Fernando Gonçalves como número um, enquanto a lista D é liderada por Fausto Dionísio. Já a lista A, encabeçada por Paulo Marques, conta com vários administrativos.
Seja quem for que vença estas eleições vai ter de resolver o impasse gerado em torno da compensação sobre o trabalho aos sábados. As negociações laborais arrastam-se desde o início do ano e estão congeladas desde o final de Julho, quando os trabalhadores rejeitaram em referendo o pré-acordo alcançado com a administração, para logo a seguir a comissão de trabalhadores demitir-se.
"Nós propomos negociar uma proposta que seja muito melhor do que aquela que os trabalhadores rejeitaram. Uma proposta que permita fazer a produção prevista para 2018 e que garanta os seus direitos", diz José Carlos Silva da lista C, que acredita num acordo até ao fim do ano.
Já Fernando Gonçalves, da lista E, assume-se como o candidato da mudança nestas eleições. "Os trabalhadores não podem ser colocados à margem. O dinheiro não é importante, o importante é a nossa saúde", afirma.
Isidoro Barradas, da lista B, diz que quer negociar "uma solução que minimize os impactos negativos dos novos horários e que assegure o cumprimento dos volumes de produção previstos".
Já o sindicalista histórico da Autoeuropa, António Chora, alerta para os desafios da nova comissão. "Esta é a primeira vez com seis listas. Quem vencer vai ter que alcançar um acordo rapidamente. Estes carros têm que ser feitos para manter a Autoeuropa na mó de cima e mostrar à Volkswagen que nós temos a capacidade para fazer o T-Roc. A Volkswagen não vai deixar de vender carros", diz o coordenador da CT entre 1996 e2016.