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Microcrédito ajuda a criar o seu próprio emprego

Forma de financiamento tem vindo a ganhar expressão, numa altura em que o desemprego tem aumentado e as condições do crédito tradicional da banca estão cada vez mais restritivas.

30 de Novembro de 2012 às 10:00
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A conclusão é unânime para todos os beneficiários de microcrédito que o Negócios contactou: o processo é simples e rápido. Numa altura em que o desemprego bate à porta de um número crescente de portugueses e o financiamento tradicional junto da banca é cada vez mais caro e difícil, o microcrédito assume-se como uma alternativa para criar o seu próprio negócio e posto de trabalho.

No geral, as condições necessárias para que possa recorrer a esta forma de financiamento são um projecto de negócio viável e uma idade superior a 18 anos. O microcrédito pode ser apresentado como um tipo de financiamento de valor reduzido e que se destina, essencialmente, a pessoas que pretendam desenvolver uma actividade económica, mas que se encontram em situação de desemprego, com um emprego precário ou sejam pequenos empresários.

BES, CGD e Millennium bcp são os bancos que concedem este tipo de financiamento. Alguns deles fazem-no por intermédio de protocolos com a Associação Nacional de Direito ao Crédito (ANDC), do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) ou com a Santa Casa da Misericórdia.

O Negócios contactou os principais bancos nacionais para saber quais são as condições oferecidas. O BES financia entre 250 e 12.500 euros, de três a 48 meses. A taxa de juro resulta da euribor a três meses somada a uma taxa de 6%. Já o BCP comercializa um serviço de microcrédito até 25 mil euros, com um prazo máximo de 60 meses. O banco não indicou a taxa de juro.

Já a CGD dispõe de uma linha de financiamento protocolada com o IEFP que pode chegar aos 20 mil euros, no qual é cobrada uma taxa que resulta da Euribor a um mês, somada a um "spread" de 2,5%, para um prazo máximo de 84 meses. Já no caso da linha acordada com a ANDC, os valores máximos poderão chegar aos 12.500 euros até 60 meses, com possibilidade de reforçar até aos 15 mil euros, após um ano de actividade. Os juros cobrados resultam da soma da Euribor a três meses com um "spread" de 3%.

A ANDC pode mesmo ser um ponto de partida para aqueles que necessitem de financiamento para o seu projecto. Trata-se de uma associação sem fins lucrativos que implementou o seu projecto de microcrédito em 1998. Segundo Edgar Costa, gestor operacional, actualmente a ANDC tem protocolos com a CGD, o BES e a Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Noroeste (Viana do Castelo), estando a negociar também a renovação do protocolo com o BCP. Desde o início da actividade, foram já concretizados 1,748 projectos, dos quais 154 são relativos a este ano.

 

TOME NOTA

 

O microcrédito tem como principal objectivo combater a pobreza e o desemprego. Para tal, disponibiliza ferramentas para a criação do próprio emprego e, deste modo, fomenta a inclusão social. Destina-se a pessoas empreendedoras
e que não conseguem obter financiamento pelas vias tradicionais para a implementação do seu projecto.

 

Antes de preencher a ficha de candidatura, directamente junto ao banco ou com alguma das instituições que podem intermediar o processo, faça
uma análise cuidada do projecto que vai apresentar. É essencial que esteja seguro da viabilidade do negócio. Deve também informar-se adequadamente de todas as entidades que disponibilizam microcrédito. Deste modo, poderá avaliar melhor todas as opções disponíveis e aquelas que melhor se adequam ao seu projecto.

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