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Metade dos empreendedores nacionais não é licenciada
Metade dos empreendedores nacionais não é licenciada. Esta é uma das conclusões do Observatório da Criação de Empresas,um projecto desenvolvido pelo IAPMEI, com a colaboração da Rede Nacional de CFE.
Metade dos empreendedores nacionais não é licenciada. Esta é uma das conclusões do Observatório da Criação de Empresas,um projecto desenvolvido pelo IAPMEI, com a colaboração da Rede Nacional de CFE.
Segundo a mesma fonte, o "relativamente reduzido" baixo nível de habilitações é um dos aspectos característicos do empreendedorismo em Portugal, sublinhando que o processo de inversão deste fenómeno "tem sido muito lento", com metade dos empreendedores nacionais a concluir no máximo, o ensino secundário, sendo que a maioria destes só fez a escolaridade obrigatória.
Apesar disso, 22,6% dos empreendedores têm uma licenciatura, sendo que outros 6,1%, para além disso, concluíram uma pós-graduação, mestrado ou mesmo um doutoramento.
Os dados resultam da análise dos inquéritos recolhidos durante o ano de 2006 na Rede Nacional de CFE, respeitando a 1084 empresas (sociedades) e a 1748 empresários.
Os mesmos revelam que a juventude é uma das características dos empreendedores portugueses – mais de metade destes (52,5%) têm 35 anos ou menos e mais de três quartos (78,3%) têm, no máximo, 45 anos. A idade mais frequente é de 30 anos, sendo que a idade média é de 37 anos.
O predomínio masculino, "ainda que progressivamente atenuado, continua a ser outra característica" do empreendedorismo nacional, numa relação aproximada de dois terços para um terço (65,6% de homens e 34,4% de mulheres, respectivamente).
De salientar, contudo, que esta relação tende a aumentar um pouco a favor do género feminino nos escalões etários mais jovens, designadamente entre os 26 e os 35 anos. Neste caso, a relação passa a ser 60,6% e 39,4%.
Ou seja, "ainda que se mantenha a preponderância masculina, pode ver-se que a proporção de mulheres empreendedoras tende a aumentar entre as camadas mais jovens, o que indicia uma tendência de alteração no tempo no sentido de um maior equilíbrio entre géneros", explica a mesma fonte.
70% dos empreendedores tem participação de pelo menos 50% no capital da empresa
No que respeita a participações no capital social, e independentemente do número de sócios da empresa, pode constatar-se que cerca de 70% dos empreendedores tem participações no capital social da sua empresa iguais ou superiores a 50%, sendo que a maioria (41,2%) participa em metade do capital, "o que está directamente relacionado com o facto de a maior parte das "start-ups" ser constituída por dois sócios".
O inquérito diz também que "com uma expressão considerável" entre os empreendedores estão os desempregados (14,7%). De facto, refere a mesma fonte, esta é uma tendência que se tem vindo a acentuar ao longo dos últimos anos, muito possivelmente em resultado da recessão económica por que o país passou recentemente e da qual ainda se está a recuperar e que, entre outras coisas, fez aumentar os níveis de desemprego. A dificuldade de encontrar saídas no mercado de trabalho parece estar a incentivar cada vez mais profissionais a criar o seu próprio emprego, assumindo uma postura empreendedora.