"Há algo de muito errado na indústria financeira do Reino Unido que é preciso corrigir". A afirmação é de Mervyn King, governador do Banco de Inglaterra, e surgiu depois de ter sido questionado, por duas vezes, se considerava que Robert Diamond, CEO do Barclays, permanecia em condições de se manter à frente do banco, depois de esta instituição financeira ter sido multada em valores recordes por manipulação da Libor, as taxas de juro que os bancos britânicos estabelecem para os empréstimos entre si e que servem de referência para empréstimos concedidos a famílias e empresas.

O governador não respondeu às perguntas dos jornalistas, optando por tecer acusações graves sobre a City. "É tempo de fazer qualquer coisa com o sistema bancário". "Muitos dos que trabalham na indústria bancária são trabalhadores árduos que se sentem profundamente desapontados por alguns dos seus colegas e dirigentes", disse, citado pelo "The Guardian".

Recorde-se que o Barclays foi ontem multado em 290 milhões de libras (362 milhões de euros) pelos reguladores britânicos (que pediram a demissão de Diamond) e norte-americanos devido a alegada manipulação da taxa interbancária Libor.

A multa será paga às autoridades financeiras do Reino Unido e dos Estados Unidos e o presidente executivo da instituição já garantiu que ele e os outros gestores de topo do banco aceitam, em consequência, perder os bónus relativos a 2012.

As coimas acordadas com as autoridades britânicas e norte-americana são, segundo a agência Bloomberg, as mais altas que estas entidades alguma vez impuseram. O Barclays chegou a acordo com a autoridade financeira britânica (FSA) e com a comissão norte-americana de negociação de futuros (CFTC) na investigação.

O Barclays também alcançou um entendimento com o departamento de Justiça dos Estados Unidos, de acordo com um comunicado colocado na página de Internet do banco.