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Menos de 1% das empresas portuguesas têm seguros contra ataques informáticos

Apesar de mais de um terço dos empresários e gestores identificarem o risco cibernético como um dos principais riscos que enfrentam, alerta um estudo da MDS, o grupo de corretagem fundado pela Sonae que foi recentemente vendido à britânica Ardonagh.

Reuters
11 de Fevereiro de 2022 às 10:30
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Há três meses sob ataque massivo de "hackers" estrangeiros, Portugal está entre os 30 países com maior número de ataques informáticos em todo o mundo, segundo dados da Kaspersky, empresa russa especializada em proteção de redes na internet, estimando-se que o impacto do cibercrime ultrapasse os 20 mil milhões de dólares (17,5 mil milhões de euros).

 

Não obstante o risco cibernético constituir uma das maiores ameaças às empresas portuguesas, a transferência deste risco através de seguros é ainda residual no nosso país. 

 

Apesar de mais de um terço (34,8%) dos empresários e gestores nacionais identificarem o risco cibernético como um dos principais riscos que enfrentam, são menos de 1% as empresas que têm seguro de proteção contra ataques informáticos, revela o estudo "MDS Research: Situação Económica em Portugal", realizado pela consultora de riscos e seguros MDS, que foi em dezembro passado vendida pela Sonae ao britânico The Ardonaugh Group.

 

"Os seguros cibernéticos são uma excelente ferramenta para a gestão de risco, mas as empresas ainda não estão a aproveitar esta oportunidade para reforçar a sua proteção e garantir a continuidade e sustentabilidade dos seus negócios", alerta Pedro Pinhal, diretor técnico e de sinistros da MDS Portugal, frisando que "os ataques recentes em Portugal realçam a importância desta proteção, que é essencial e complementar às soluções de proteção tecnológica".

 

Mas, atenção: "O seguro cyber não substitui nem exclui os mecanismos de segurança e os planos eficazes de resposta a incidentes, como também estes não tornam o seguro desnecessário ou redundante", sinaliza Pinhal.

 

Ainda que a maior visibilidade sobre o risco cibernético esteja naturalmente a provocar um aumento acelerado da procura por seguros cibernéticos, acontece que "muitas destas empresas ainda têm pouca sensibilidade para a sua real importância, pois têm tendência a não segurar a totalidade dos riscos", constata a MDS.

 

Já entre as empresas que compraram a apólice, "várias questionam frequentemente a sua utilidade e têm preferido reduzir capitais para manter os prémios de seguro, reduzindo a sua proteção", atenta o mesmo estudo, que foi realizado já depois do início da pandemia pela MDS em colaboração com a CCIP e a BA&N Research Unit.

 

"Com um mundo cada vez mais digital, a ameaça do cibercrime aos negócios é cada vez maior. Hoje, a questão não é se uma empresa é atacada, mas quando é que tal acontecerá e se a mesma está preparada para essa ameaça - seja detendo os sistemas de proteção tecnológicos adequados, seja assegurando capital para garantir a continuidade futura do seu negócio no caso de um ataque", realça Pedro Pinhal.

 

Para a MDS, no quadro dos seguros para riscos cibernéticos, "uma solução robusta inclui serviços de prevenção e monitorização de ataques, de resposta urgente em caso de sinistro, bem como acesso a redes de especialistas informáticos e peritos forenses com experiência comprovada no tratamento de sinistros. Simultaneamente, garante os custos relacionados com os danos e prejuízos sofridos na própria empresa, perdas de lucros resultantes de interrupção de negócio e responsabilidades perante terceiros", conclui a multinacional de corretagem de seguro e resseguro e consultora de riscos com sede em Portugal.

 

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