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Megagrupo nacional de distribuição temido pelo Governo

Alexandre Soares dos Santos, presidente do grupo de distribuição Jerónimo Martins afirma, em entrevista ao semanário Expresso, que várias vezes discutiu com Belmiro de Azevedo, presidente do Grupo...

15 de Novembro de 1999 às 12:00
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Alexandre Soares dos Santos, presidente do grupo de distribuição Jerónimo Martins afirma, em entrevista ao semanário Expresso, que várias vezes discutiu com Belmiro de Azevedo, presidente do Grupo Sonae, a possibilidade da criação de um megagrupo nacional de distribuição mas, que apesar da abertura de ambos os grupos «o Governo acha que um poder económico muito forte é um perigo». O número um da Jerónimo Martins justifica ainda os maus resultados obtidos na Polónia e a inevitabilidade de direccionar a sua actividade para o mercado espanhol.

Apesar de uma política de competitividade entre a Jerónimo Martins e a Sonae, Soares dos Santos vê com bons olhos a fusão entre estes dois grupos económicos no entanto, afirma que «uma operação deste tipo teria de ter a “benção” do Governo». Perante esta falta de apoio do governo português para a criação de um megagrupo nacional na área da distribuição, com força para operar internacionalmente, afirma que «é inevitável ir para Espanha, não temos outra solução».

A perda na Polónia de 99,7 milhões de euros (20 milhões de contos) nas vendas e de 19,9 milhões de euros (4 milhões de contos) na margem bruta devem-se ao não funcionamento do sistema SAP introduzido. «Por qualquer razão, o SAP não funcionou e perderam-se os ficheiros dos preços. E houve uma calamidade brutal que foi perder o controlo dos pagamentos aos fornecedores», explica Soares dos Santos. Por estas razões as lojas «discount» deste grupo na Polónia estão a sofrer rupturas de «stocks» de cerca de 40%, num leque de 900 produtos.

Soares dos Santos caracteriza o sucedido como «(...) um acidente de percurso (...)» e refere que vai demorar alguns meses a ganhar, de novo, a confiança dos investidores. «Eu diria que o primeiro semestre do próximo ano vai marcar definitivamente a recuperação das acções», perspectiva o mesmo responsável.

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