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Manifesto de 100 empresários e cientistas exige reforço orçamental na inovação

Os presidentes da Galp, Sonae, Bial e Jerónimo Martins são alguns dos 100 empresários, gestores e cientistas subscritores de um manifesto entregue ao primeiro-ministro, onde apelam “à definição de estratégias visionárias de desenvolvimento económico e social alicerçadas numa forte aposta em ciência e inovação”.

#22 - Paulo Azevedo
Paulo Azevedo, chairman da Sonae.
16 de Julho de 2020 às 11:22
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"Exige-se um reforço orçamental que permita destacar Portugal e a Europa a nível mundial, potenciando a competitividade e o emprego", defende o manifesto subscrito por 50 investigadores e 50 empresários e gestores portugueses, entregue esta quinta-feira, 16 de julho, ao primeiro-ministro.

 

No documento, que tem como principais promotores a diretora do Instituto Gulbenkian de Ciência, Mónica Bettencourt-Dias, e o chairman da Sonae, Paulo Azevedo, os signatários apelam "à definição de estratégias visionárias de desenvolvimento económico e social alicerçadas numa forte aposta em ciência e inovação".

 

Numa altura em que, no Conselho Europeu, se negoceia o orçamento do Programa Quadro Europeu (Horizonte Europa, 2021-2027), já com um possível corte de cinco mil milhões de euros, e em que em Portugal será debatido o Plano de Recuperação Económica e Social (2020-2030), no Conselho de Ministro de dia 17 e 18 de Julho, o manifesto dos 100 considera que "é urgente uma tomada de posição assente em estratégias que coloquem a investigação e a inovação nas prioridades nacionais e europeias".

 

"As linhas mestras e volume financeiro destes programas definirão o nosso futuro coletivo", enfatiza-se no manifesto subscrito por líderes de grandes empresas como a Sonae, Galp, Bial, Corticeira Amorim, RAR, CTT, Nos, Salvador Caetano, Teixeira Duarte ou Frulact, e investigadores de institutos das universidades de Lisboa, Porto, Nova, Minho ou Aveiro.

 

Nesse sentido, Paulo Azevedo, Pedro Soares dos Santos, António Rios Amorim, Luís Portela e todos os que os acompanham neste manifesto, defendem que, a nível da UE, o "limiar valor de investimento ideal" para cumprir esse desígnio é de 150 mil milhões de euros.

 

Acresce, lê-se no documento, que "o orçamento europeu deverá complementar - e não substituir - o investimento de base nacional", lembrando que "Portugal tem assim de ter um plano concreto para atingir a sua meta para o investimento em investigação e inovação", os tais 3% do PIB em 2030 já prometidos por António Costa.

 

Promessa feita, falta cumprir. "A aposta na ciência e inovação, e nas pessoas e instituições que as fazem e as ensinam, tem que passar do plano das intenções e de irregular prioridade - tem que ser baseada em estratégias concretas e constantes, evidente para todos, para além de ciclos políticos", exigem os signatários do manifesto.

 

"A inovação é fundamental para reforçar a competitividade da economia, criar emprego e potenciar o desenvolvimento social. Por isso, é crucial para o futuro do país a definição de políticas públicas urgentes que potenciem esta aposta e fomentem a cooperação entre os mundos empresarial, científico e académico", considera Paulo Azevedo.

 

Para o chairman da Sonae, "só através de um esforço conjunto de todos os atores privados e públicos é possível responder aos desafios criados pela pandemia, construir uma economia baseada no conhecimento e potenciar a competitividade e o emprego em Portugal".

 

Mónica Bettencourt-Dias, diretora do Instituto Gulbenkian de Ciência, reforça a tese de Azevedo, defendendo que "a ciência fundamental e translacional, a inovação e a garantia de interação entre diferentes setores são pilares estratégicos na resposta aos desafios atuais e futuros, pelo que "agora é o momento de consolidarmos o que verificamos ser inevitável e garantir a liderança de Portugal na definição de estratégias visionárias".

 

Conclusão: "Este é um tempo decisivo. Um tempo de mudança acelerada que desafia a inteligência e a rapidez de adaptação. Um mundo em transição que necessita de ações concretas, coragem e conhecimento. O curso da história dependerá de uma aposta na investigação e inovação, por lideranças visionárias em Portugal e na Europa", remata o manifesto intitulado "No ‘novo normal’, a Investigação & Inovação têm de ser centrais".

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