O Santander Totta, participada dos espanhóis do Santander Central Hispano (SCH), registou, nos primeiros nove meses deste ano, um resultado líquido de 256 milhões de euros, o que se traduziu num acréscimo de 31,2% em relação ao mesmo período de 2004.

Segundo o comunicado emitido hoje pela instituição, trata-se de uma variação em base comparável, expurgando os custos incorridos com reformas antecipadas que, em 2004, tiveram particular importância nas contas. Estes custos totalizavam, no final do terceiro trimestre de 2004, quase 30 milhões de euros.

«O Santander Totta obteve, em base recorrente, um resultado líquido 31% superior ao de igual período do ano passado, o que decorre de um elevado crescimento dos proveitos da banca comercial, da manutenção dos custos e do controlo do risco de crédito», adianta António Horta Osório, citado pelo referido comunicado.

O banqueiro destaca o crescimento de 20% do crédito no segmento de pequenas empresas e negócios – um dos objectivos é crescer, neste ramo, acima da média mercado –, a qualidade das receitas evidenciada pelo aumento dos proveitos recorrentes, sustentado em maiores volumes de colocação de produtos como o crédito hipotecário, os seguros e os cartões.

Ao nível das diferentes componentes do produto, a margem financeira situou-se, no final de Setembro, nos 443,1 milhões de euros, em alta de 3,3%. Esta evolução ficou a dever-se segundo o banco, a uma estratégia de enfoque no crescimento do volume de negócios com políticas adequadas de "pricing", associada à política de imunização ao risco de taxa de juro.

Por sua vez, as comissões subiram 18,2%, o que, de acordo com o Santander Totta, se explica com a oferta de produtos como seguros, fundos de investimento e cartões. A actividade seguradora registou um crescimento de proveitos de 42,3%, fixando-se nos 17,5 milhões de euros.

Desta forma, o produto bancário e actividade de seguros cresceu 9,8%. Para este acréscimo, contribuiu também a evolução positiva do resultado de operações financeiras (mais 44,1%), sendo que esta rubrica «mantém um peso diminuto na estrutura de proveitos do grupo».

Em termos de custos, a instituição sublinhou os ganhos de eficiência. Os custos de transformação subiram 1,8% em relação a Setembro de 2004, enquanto os custos operacionais aumentaram 0,5%. Isto, apesar da expansão da rede de agências em mais de 4%. Actualmente, o Santander Totta detém 643 balcões, mais 26 do que no final do terceiro trimestre do ano passado. Em relação aos custos com pessoal, a variação foi de 1%, excluindo os encargos com reformas antecipadas.

As dotações para imparidade atingiram 70,6 milhões de euros, um decréscimo de 26,1%, o que, segundo o Santander Totta, atesta «os níveis de qualidade do activo».

Ao nível da actividade bancária, o banco sublinhou ainda o aumento de quase 10% do crédito bruto sobre clientes, com especial destaque para o crédito à habitação (mais 12%). Quanto ao crédito às empresas e ao consumo, as subidas foram, respectivamente, de 20% e 16,2%. Já, os recursos totais aumentaram 11,1%.

No capítulo da rentabilidade, o ROE fixou-se nos 23,6%, mais 5,4 pontos percentuais que em Setembro de 2004, enquanto o ROA atingiu 1,1%. Ao nível da solvabilidade, apesar do crescimento dos seus activos ponderados por risco em 4,2%, o rácio de adequação de fundos próprios situou-se em 11,3%. O Tier I era, no final de Setembro, de 8,4%, enquanto o "core capital" se fixou nos 6,6%.