Os lucros do Grupo Pão de Açúcar, a segunda empresa do sector da distribuição no Brasil, recuaram 43% no segundo trimestre deste ano, face ao período homólogo, devido ao aumento das taxas de juro e dos efeitos da crise energética naquele país.

Entre Abril e Junho, o Grupo Pão de Açúcar registou resultados líquidos de 41,21 milhões de reais (19,04 milhões de euros ou 3,82 milhões de contos), números que comparam com os lucros de 72,35 milhões de reais (33,43 milhões de euros ou 6,7 milhões de contos) atingidos no mesmo período de 2000.

A queda dos lucros da companhia foi superior à estimada pelos analistas, que aguardavam uma redução dos resultados líquidos da distribuidora na ordem dos 23%.

O volume de negócios da empresa aumentou 8,4% no segundo trimestre deste ano, ascendendo a um total de 1,91 mil milhões de reais (882,6 milhões de euros ou 176,95 milhões de contos).

No entanto, o aumento das receitas não foi suficiente para compensar as subidas das taxas de juros decretadas pelo Banco Central brasileiro, na tentativa de conter a inflação e travar a desvalorização do real face às restantes divisas.

Estas medidas, para além de levarem a um abrandamento do consumo, contribuíram também para que as empresas com dívida denominada em reais tenham passado a ter mais encargos para fazer face aos financiamentos já contraídos.

A crise energética que afecta o Brasil, e que levou o Governo daquele país a adoptar um plano de racionamento de electricidade, também levou os consumidores a recorrerem menos às grandes superfícies, de acordo com a companhia.

A Sonae Distribuição Brasil, do grupo liderado por Belmiro de Azevedo, é actualmente a quarta maior companhia do sector a actuar no Brasil, um país onde também se encontra representada a Jerónimo Martins [JMAR], a segunda maior distribuidora nacional.

As acções do Grupo Pão de Açúcar encerraram ontem a cotar nos 48,50 reais (22,41 euros ou 4.493 escudos) em São Paulo, registando uma subida de 1,04%.