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Lucros do BCP sobem 95% no primeiro semestre (act.)

Os resultados líquidos do Banco Comercial Português (BCP) ascenderam aos 353,8 milhões de euros no primeiro semestre deste ano, mais 95% que o registado no período homólogo do ano anterior e em linha com as melhores estimativas dos analistas.

24 de Julho de 2001 às 17:32
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Os resultados líquidos do Banco Comercial Português (BCP) ascenderam aos 353,8 milhões de euros no primeiro semestre deste ano, mais 95% que o registado no período homólogo do ano anterior e em linha com as melhores estimativas dos analistas.

Dez analistas contactados pelo Negocios.pt estimavam, que em média, os lucros do BCP atingissem os 338,7 (67,9 milhões de contos). As estimativas para os resultados semestrais do banco liderado por Jardim Gonçalves variavam entre os 312,6 milhões de euros (62,67 milhões de contos) e os 365,4 milhões de euros (73,26 milhões de contos).

No primeiro semestre de 2000, os resultados do BCP, que não são directamente comparáveis com os anunciados hoje, devido a alterações no perímetro de consolidação do banco, com as aquisições do Banco Pinto e Sotto Mayor e do Banco Mello, totalizaram 181,7 milhões de euros (36,43 milhões de contos).

EPS cai para 0,16 euros; ROE sobe para 32,6%

Apesar do aumento dos resultados líquidos consolidados, os lucros por acção, ou «earnings per share» (EPS) recuaram para os 0,16 euros (32 escudos), face aos 0,17 euros (34 escudos) atingidos no período homólogo.

Esta descida esteve relacionada com «a diluição originada pelo aumento de capital do BCP», justificou a instituição bancária em comunicado.

O «return on equity» (ROE), que mede a rentabilidade dos capitais próprios, evoluiu em sentido contrário, ao crescer para os 32,6%, números que comparam com os 26,1% atingidos no primeiro semestre de 2000.

Margem financeira atinge 670 milhões de euros

A margem financeira do BCP, que mede a diferença entre as receitas obtidas na concessão de crédito face aos montantes pagos em juros, ascendeu aos 670 milhões de euros (134,32 milhões de contos), contra os 620 milhões de euros (124,3 milhões de contos) atingidos no primeiro semestre de 2000.

Os analistas contactados pelo Negocios.pt haviam avançado com previsões entre os 663,3 milhões de euros (133 milhões de contos) e os 702 milhões de euros (140,74 milhões de contos) para este indicador.

A taxa de intermediação financeira situou-se nos 2,5%, quase em linha com os 2,6% verificados no período homólogo.

Comissões recuam 15% no primeiro semestre

Os ganhos decorrentes das comissões ascenderam aos 241 milhões de euros (48,2 milhões de contos), números que comparam com os 283 milhões de euros (56,74 milhões de contos) atingidos no primeiro semestre do ano transacto.

Os resultados obtidos em operações financeiras evoluíram no mesmo sentido, ao deslizarem 24,2% para os 69,8 milhões de euros (13,99 milhões de contos), reflectindo o «impacto adverso» da «manutenção da conjuntura desfavorável nos mercados de capitais», segundo a mesma fonte.

Desde o início deste ano, o PSI20, índice de referência da Bolsa de Valores de Lisboa e Porto (BVLP), já acumulou perdas superiores a 23%, números que comparam com a desvalorização de 13% registada no ano 2000.

Segundo o banco, o ajustamento das comissões dos serviços prestados aos clientes, bem como o «bom desempenho» das comissões relacionadas com o negócio dos cartões, que beneficiou do aumento do número de clientes, compensaram parcialmente as descidas verificadas nos segmentos relacionados com os mercados de capitais.

Dividendos com impacto «positivo» nos resultados

A instituição liderada por Jardim Gonçalves sublinhou que os seus resultados consolidados foram «positivamente influenciados pelo recebimento dos dividendos relacionados com as participações do grupo na Electricidade de Portugal (EDP) [EDP], Cimpor [CIMP] e Brisa [BRISA]».

O item «outros proveitos», que integra as receitas provenientes dos dividendos, foi responsável por 46,2% dos proveitos totais do BCP, o equivalente a 163,4 milhões de euros (32,76 milhões de contos).

Custos de transformação descem 0,5%

Os custos de transformação, que integram despesas com pessoal, outros gastos administrativos e amortizações do exercício, ascenderam aos 686 milhões de euros (138 milhões de contos), um montante equivalente a uma descida de 0,5% em termos homólogos.

O BCP sublinhou que o impacto do plano de redução dos seus quadros e das medidas de racionalização da actividade do banco, «mais que compensaram o crescimento dos custos relacionados com a expansão das operações do grupo no estrangeiro».

Crescimento dos créditos sobre clientes abranda; recursos totais descem 3,7%

Os créditos sobre clientes registaram um incremento de 12% para os 42,93 mil milhões de euros (8,6 mil milhões de contos) nos primeiros seis meses do corrente ano, «registando-se um abrandamento do ritmo verificado em períodos anteriores», segundo o BCP.

Os recursos totais de clientes recuaram 3,7% face ao período homólogo, para um total de 45,75 mil milhões de euros (9,17 mil milhões de contos), um movimento que foi explicado com a «quebra registada pelos fundos de investimento, decorrente da conjuntura bolsista negativa».

O crédito vencido representou 1,5% do crédito total, enquanto a cobertura do crédito vencido por provisões ascendeu a 153,8%, abaixo dos 155,5% verificados em idêntico período do ano passado.

BCP reitera aposta em expansão internacional

No referido comunicado, Jardim Gonçalves sublinhou que «o BCP dispõe de adequada solidez financeira, ampliada com o reforço de fundos próprios realizado no decurso do semestre, que lhe permite prosseguir de forma consistente a sua estratégia de internacionalização».

O BCP é um dos principais accionistas da seguradora Eureko, que garantiu recentemente o controle da grega Interamerican e já manifestou a intenção de entrar noutros mercados na zona dos Balcãs.

O BCP fechou nos 4,10 euros (821 escudos), a perder 0,73%.

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