Notícia
Defesa de Salgado nega que ex-banqueiro tenha tentado comprar Marcelo
Francisco Proença de Carvalho rejeitou a ideia expressa por Pedro Queiroz Pereira e considerou a tese "uma fantasia", descartando também qualquer ameaça do ex-banqueiro ao então governador do Banco de Portugal, Carlos Costa.
22 de Outubro de 2024 às 16:18
O advogado de Ricardo Salgado negou que o ex-presidente do Banco Espírito Santo (BES) tenha tentado comprar Marcelo Rebelo de Sousa, conforme declarou o falecido empresário Pedro Queiroz Pereira, cujo testemunho de 2018 foi reproduzido esta terça-feira em tribunal.
Em declarações aos jornalistas na interrupção para almoço do julgamento do processo BES/GES, Francisco Proença de Carvalho não quis fazer muitos comentários às palavras do antigo líder da Semapa, por este já ter morrido (em agosto de 2018), mas rejeitou a ideia expressa por Pedro Queiroz Pereira e considerou a tese "uma fantasia", descartando também qualquer ameaça do ex-banqueiro ao então governador do Banco de Portugal, Carlos Costa.
Segundo o advogado, Ricardo Salgado "não ameaçou ninguém, e não comprou ninguém, muito menos o Professor Marcelo Rebelo de Sousa. O que está ali dito é puramente uma novela, não tem nada de factual", considerou.
Francisco Proença de Carvalho criticou ainda o Ministério Público por gostar de "depoimentos que não têm confrontação" que resultam em "'soundbites' e insultos", defendendo que "um processo judicial não se faz dessa forma".
"Um processo criminal faz-se de factos. Para os jornalistas, são importantes as novelas, mas faz-se de factos, não de 'soundbites'. Factos efetivamente comprovados. Além de opiniões, não existe nada", concluiu.
Na reprodução do depoimento de Pedro Queiroz Pereira ao Ministério Público (MP), em janeiro de 2018, o empresário acusou Ricardo Salgado de comprar Marcelo Rebelo de Sousa entregando trabalho jurídico do BES à antiga companheira do atual Presidente da República, Rita Amaral Cabral, após a relação entre ambos se ter deteriorado com alguns comentários públicos do antigo líder social democrata sobre o BES.
"O doutor Salgado fez o seguinte: pega no Departamento Jurídico e manda entregar trabalhos de cobrança à doutora Rita Amaral Cabral, que tem um escritório de advocacia. Para quê? Para recuperar a relação com o professor Rebelo de Sousa. Se for, por exemplo, ao escritório da doutora Rita Amaral Cabral, mais de metade ou 60% do trabalho era o BES que dava. Era uma forma de comprar o Professor Rebelo de Sousa", afirmou o industrial falecido em 2018.
O julgamento prossegue agora de tarde com a inquirição do presidente do conselho de administração do BPI, Fernando Ulrich.
O antigo presidente do BES, Ricardo Salgado, é o principal arguido do caso BES/GES e responde em tribunal por 62 crimes, alegadamente praticados entre 2009 e 2014.
Entre os crimes imputados contam-se um de associação criminosa, 12 de corrupção ativa no setor privado, 29 de burla qualificada, cinco de infidelidade, um de manipulação de mercado, sete de branqueamento de capitais e sete de falsificação de documentos.
Além de Ricardo Salgado, estão também em julgamento outros 17 arguidos, nomeadamente Amílcar Morais Pires, Manuel Espírito Santo Silva, Isabel Almeida, Machado da Cruz, António Soares, Paulo Ferreira, Pedro Almeida Costa, Cláudia Boal Faria, Nuno Escudeiro, João Martins Pereira, Etienne Cadosch, Michel Creton, Pedro Serra e Pedro Pinto, bem como as sociedades Rio Forte Investments, Espírito Santo Irmãos, SGPS e Eurofin.
Segundo o MP, a derrocada do GES terá causado prejuízos superiores a 11,8 mil milhões de euros.
Em declarações aos jornalistas na interrupção para almoço do julgamento do processo BES/GES, Francisco Proença de Carvalho não quis fazer muitos comentários às palavras do antigo líder da Semapa, por este já ter morrido (em agosto de 2018), mas rejeitou a ideia expressa por Pedro Queiroz Pereira e considerou a tese "uma fantasia", descartando também qualquer ameaça do ex-banqueiro ao então governador do Banco de Portugal, Carlos Costa.
Francisco Proença de Carvalho criticou ainda o Ministério Público por gostar de "depoimentos que não têm confrontação" que resultam em "'soundbites' e insultos", defendendo que "um processo judicial não se faz dessa forma".
"Um processo criminal faz-se de factos. Para os jornalistas, são importantes as novelas, mas faz-se de factos, não de 'soundbites'. Factos efetivamente comprovados. Além de opiniões, não existe nada", concluiu.
Na reprodução do depoimento de Pedro Queiroz Pereira ao Ministério Público (MP), em janeiro de 2018, o empresário acusou Ricardo Salgado de comprar Marcelo Rebelo de Sousa entregando trabalho jurídico do BES à antiga companheira do atual Presidente da República, Rita Amaral Cabral, após a relação entre ambos se ter deteriorado com alguns comentários públicos do antigo líder social democrata sobre o BES.
"O doutor Salgado fez o seguinte: pega no Departamento Jurídico e manda entregar trabalhos de cobrança à doutora Rita Amaral Cabral, que tem um escritório de advocacia. Para quê? Para recuperar a relação com o professor Rebelo de Sousa. Se for, por exemplo, ao escritório da doutora Rita Amaral Cabral, mais de metade ou 60% do trabalho era o BES que dava. Era uma forma de comprar o Professor Rebelo de Sousa", afirmou o industrial falecido em 2018.
O julgamento prossegue agora de tarde com a inquirição do presidente do conselho de administração do BPI, Fernando Ulrich.
O antigo presidente do BES, Ricardo Salgado, é o principal arguido do caso BES/GES e responde em tribunal por 62 crimes, alegadamente praticados entre 2009 e 2014.
Entre os crimes imputados contam-se um de associação criminosa, 12 de corrupção ativa no setor privado, 29 de burla qualificada, cinco de infidelidade, um de manipulação de mercado, sete de branqueamento de capitais e sete de falsificação de documentos.
Além de Ricardo Salgado, estão também em julgamento outros 17 arguidos, nomeadamente Amílcar Morais Pires, Manuel Espírito Santo Silva, Isabel Almeida, Machado da Cruz, António Soares, Paulo Ferreira, Pedro Almeida Costa, Cláudia Boal Faria, Nuno Escudeiro, João Martins Pereira, Etienne Cadosch, Michel Creton, Pedro Serra e Pedro Pinto, bem como as sociedades Rio Forte Investments, Espírito Santo Irmãos, SGPS e Eurofin.
Segundo o MP, a derrocada do GES terá causado prejuízos superiores a 11,8 mil milhões de euros.