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Lucros do BCP caem 22% e ficam abaixo do previsto

Os resultados líquidos do Banco Comercial Português desceram 22,2% para 307,9 milhões de euros, um valor que inclui os custos de 65 milhões de euros com a OPA ao BPI, mas ficaram muito longo do que os analistas estavam à espera.

24 de Julho de 2007 às 16:38
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Os resultados líquidos do Banco Comercial Português desceram 22,2% para 307,9 milhões de euros, um valor que inclui os custos de 65 milhões de euros com a OPA ao BPI, mas ficaram muito longe do que os analistas estavam à espera.

Analistas contactados pelo Jornal de Negócios aguardavam lucros de 365,5 milhões de euros, menos 7,7% que o registado no mesmo período do ano passado.

Os resultados líquidos do BCP desceram 22,2% para 307,9 milhões de euros, face aos 395,8 milhões de euros registados no período homólogo.

Num comunicado, o BCP adianta que, em termos comparáveis, resultados líquidos aumentaram 3,1%, passando de 362 para 373,4 milhões de euros. Estes resultados comparáveis excluem os ganhos obtidos no ano passado com as vendas de posições ( Banque BCP França, Banque BCP Luxemburgo e bcpbank Canada), bem como o custo incorrido este ano com a OPA ao BPI, que o banco já tinha divulgado em 65 milhões de euros.

No comunicado de apresentação de resultados, o presidente do banco, Paulo Teixeira Pinto, explica a evolução dos resultados com o "incremento das dotações para imparidades de crédito", e o aumento da carga fiscal.

No primeiro semestre as imparidades do crédito aumentaram 37,9% para 97,8 milhões de euros. As imparidades e provisões subiram 83,7%. Os impostos pagos subiram 36% para 69 milhões de euros.

Excluindo o impacto de custos associados à oferta sobre o Banco BPI, a rendibilidade anualizada dos capitais próprios foi de 17,8% e a do activo médio (ROA) foi de 0,7%.

"O aumento dos proveitos, em especial da margem financeira e das comissões líquidas, em conjugação com a contenção registada ao nível dos custos operacionais (custos com pessoal, gastos administrativos e amortizações), proporcionou uma evolução favorável dos resultados líquidos consolidados, não obstante os maiores níveis das dotações de imparidades para riscos de crédito (líquidas de recuperações) e de provisões para impostos sobre lucros. As imparidades para riscos de crédito mantém-se, ainda assim, confortavelmente dentro dos níveis esperados", refere o comunicado do BCP.

No negócio internacional os lucros aumentaram 39,7% em termos comparáveis, face ao primeiro semestre de 2006, "salientando-se a evolução muito positiva dos resultados do Bank Millennium na Polónia".

Margem aumenta; custos descem em Portugal

A margem financeira aumentou 12,3% face ao período homólogo de 2006, totalizando 768,8 milhões de euros no primeiro semestre de 2007. As comissões líquidas totalizaram 383,1 milhões de euros, no primeiro semestre de 2007, excluindo as

comissões custo suportadas no âmbito da Oferta Pública de Aquisição do Banco BPI no montante de 88,7 milhões de euros, o que representa um aumento de 12,4% face ao período homólogo de 2006.

Os custos operacionais (custos com pessoal, outros gastos administrativos e amortizações) cifraram-se em 771,4 milhões de euros no primeiro semestre de 2007, mais 1,1% do que os 762,2 milhões de euros no período homólogo de 2006.

Esta evolução, diz o BCP, traduz o "impacto dos planos de expansão das redes de distribuição e das iniciativas orientadas para o reforço do posicionamento competitivo nos diversos mercados no exterior onde o Grupo opera, nomeadamente, na Polónia e na Grécia".

O aumento dos custos operacionais da actividade internacional (+20,3%) foi em grande parte anulado pela redução de custos na actividade em Portugal (-5,3%), envolvendo

todas as suas componentes, "com destaque para os custos com pessoal (-5,6%), como resultado da prossecução das medidas implementadas no âmbito do programa de melhoria de eficiência operativa, permitindo alcançar uma melhoria do rácio de eficiência em Portugal para 52,8% (55,3% no primeiro semestre de 2006)", acrescenta a mesma fonte.

Os custos com pessoal totalizaram 435,5 milhões de euros no primeiro semestre de 2007, registando um aumento de 2,2%, face aos custos apurados no primeiro semestre de 2006 em base comparável.

O crédito a clientes (incluindo crédito securitizado) aumentou 12,6%, atingindo 65.228 milhões de euros em 30 de Junho de 2007(57.915 milhões de euros em 30 de Junho de 2006).

Os recursos totais de clientes aumentaram 5,7%, totalizando 59.777 milhões de euros em 30 de Junho de 2007 (56.549 milhões de euros em 30 de Junho de 2006).

O rácio de solvabilidade consolidado em 30 de Junho de 2007, calculado de acordo com as normas do Banco de Portugal, situou-se em 11,3% e o "Tier I" em 6,8%, «incorporando o impacto desfavorável, quer dos custos associados à OPA sobre o BPI, quer de alterações regulamentares relacionadas com o tratamento das participações financeiras em empresas seguradoras e financeiras, em vigor desde Abril de 2007, os quais produziram, respectivamente, impactos negativos de 17 b.p. e 18 b.p. no rácio "Core Tier I"».

As acções do BCP fecharam a descer quase 4% para 3,68 euros.

 

 

 

 

 

 

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