Notícia
Lucros da Sonae melhoram no primeiro trimestre
Grupo dono do Continente, Sonae Sierra e Nos fechou os três primeiros meses do ano com um volume de negócios de 1,21 mil milhões de euros. Retalho alimentar representou 68,3%.
A Sonae SGPS, dona da Sonae MC (que agrega o retalho alimentar e negócios associados do Continente, Modelo, Bom Dia, Meu Super, Well’s e Note!), da Sonae SR (com o retalho não alimentar da Worten, Sport Zone, Mo, Zippy, e a grossista espanhola Losan), a Sonae Sierra (promoção e gestão de centros comerciais), a Sonae RP (gestão de imobiliário de retalho), a Nos (telecomunicações), a Sonae IM (tecnologias de informação, como a Wedo e Saphety) e Sonae FS (serviços financeiros e cartão Universo) lucrou mais perto de 50% no primeiro trimestre de ano.
De acordo com o comunicado da empresa divulgado esta quinta-feira, 12 de Maio, entre Janeiro e Março de 2016, o grupo liderado por Paulo Azevedo e Ângelo Paupério registou resultados líquidos após interesses minoritários de 30 milhões de euros, o que compara com 20 milhões de euros 12 meses antes.
No período em análise, o EBITDA (ou resultado antes de juros, impostos, amortização e depreciação) foi de 119 milhões de euros, mais 67% do que no primeiro trimestre de 2015. O EBIT (resultados antes de juros e impostos) melhorou, na comparação homóloga, 161,1%, para 69 milhões de euros.
Em termos consolidados, o volume de negócios cresceu 6% no trimestre, para 1.215 milhões de euros.
O grupo, em comunicado enviado às redacções, justifica a evolução dos resultados pelo "forte crescimento das vendas nos negócios de retalho alimentar e especializado, a internacionalização dos diferentes negócios, o sucesso das operações de ‘sale & leaseback’ [venda de imóveis e posterior arrendamento] e a forte solidez financeira".
Na comparação entre o primeiro trimestre de 2015 e igual período de 2016, a Sonae SGPS reduziu a dívida líquida em 168 milhões de euros, para 1.309 milhões de euros. Pagou mais nove milhões de euros de impostos, para 12 milhões. E investiu 58 milhões de euros, mais 10 milhões de euros do que nos primeiros três meses de 2015.
Alimentar pesa 68,3%
O comércio alimentar – que este ano beneficiou não só da ocorrência da Páscoa a 27 de Março, quando em 2015 tinha sido a 5 de Abril, como de mais um dia em Fevereiro – registou um crescimento no período de 4,6%, para 830 milhões de euros. O indicador "like for like" – ou comparação homóloga de vendas para o mesmo parque de lojas, sem aberturas nem encerramentos – melhorou 1,4%.
Mas houve expansão da empresa no período: o grupo inaugurou um hipermercado (em Braga), três supermercados Continente Bom Dia, e seis lojas de proximidade Meu Super (desenvolvidas em parceria com empresários em nome individual).
No retalho especializado não alimentar, o volume de negócios progrediu 10,9%, para 331 milhões de euros, uma evolução "motivada por um aumento de 3,5% na Worten e por um forte crescimento de 28,2%" no segmento de vestuário e vestuário desportivo ("sports & fashion", leia-se Sport Zone, Zippy e Mo), que aumentou 28,2%, para 115 milhões de euros.
O grupo destaca ainda que a "estratégia omnicanal" representou no trimestre 21% do volume de negócios da Worten.
"Sale & leaseback" gera ganho de 64 milhões
Na Sonae RP, as três operações de venda de imóveis e posterior arrendamento do mesmo espaço que a empresa realizou no valor de 230 milhões de euros foram "equivalentes a um ganho de capital de aproximadamente 64 milhões de euros".
O grupo – que realizou "operações de venda de activos imobiliários em montante aproximado de 400 milhões de euros", somando Sonae RP e Sonae Sierra – dianta que a estratégia de "sale & leaseback" permitiu à Sonae RP "libertar capital dos seus activos mais maduros, mantendo, ao mesmo tempo, um nível adequado de flexibilidade operacional".
O grupo apresentara já os resultados da Nos (a 26 de Abril) e da Sonae Sierra (10 de Maio) ao mercado.
(Notícia corrigida, depois da correcção da Sonae em comunicado à CMVM, sobre variação dos lucros)