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Lucros da Portucel caem 37% no primeiro semestre (act)

O grupo Portucel Soporcel lucrou, no primeiro semestre do ano, 31,7 milhões de euros, menos 37% que no mesmo período de 2002. Um resultado que traduz, segundo a empresa em processo de privatização, o agravamento das condições de mercado.

01 de Agosto de 2003 às 17:39
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O grupo Portucel Soporcel lucrou, no primeiro semestre do ano, 31,7 milhões de euros, menos 37% que no mesmo período de 2002. Um resultado que traduz, segundo a empresa em processo de privatização, o agravamento das condições de mercado.

Este valor situa-se próximo da margem inferior das estimativas dos analistas consultados pela agência Lusa, que apontavam para um resultado líquido entre 29,8 milhões de euros e os 38 milhões de euros.

Nos primeiros seis meses do ano passado, os lucros consolidados do grupo português fixaram-se nos 50,2 milhões de euros.

Segundo o comunicado da Portucel [PTCL] esta redução reflecte «a situação de agravamento das condições de mercado que se fizeram sentir ao longo do semestre».

Para além de aspectos conjunturais, a má «performance» dos resultados semestrais «incorporam também um impacto negativo de cerca de 1,3 milhões de euros, que resulta do desempenho do fundo de pensões.

«Tal fica a dever-se essencialmente à desvalorização do mercado de capitais que, apesar de uma recuperação evidenciada no segundo trimestre, não foi, no entanto, suficiente para anular as perdas registadas nos primeiros três meses do ano», acrescenta o mesmo comunicado.

A tendência de quebra reflectiu-se também nos resultados operacionais, que totalizaram 70 milhões de euros, contra os 104 milhões de euros do primeiro semestre de 2002.

Uma queda de 33%, que reflecte «a redução da procura e a quebra dos preços.

Durante o semestre, a produção total de pasta caiu 7%, enquanto a produção de papel se manteve sensivelmente aos níveis do primeiro semestre de 2002.

Os resultados financeiros foram negativos em 22,5 milhões de euros, ainda assim, traduzindo uma melhoria de 6,8 milhões de euros em relação ao primeiro semestre de 2002.

Na opinião do grupo Portucel Soporcel, «poderá vir a verificar-se uma ligeira recuperação ao longo do segundo semestre», esperando-se, contudo que «a procura agregada no final do ano fique aquém de 2002, devendo permanecer a actual conjuntura de preços».

Quanto ao EBITDA, fixou-se, no final de Junho, nos 144 milhões de euros, o que se traduziu numa redução de 19% em relação ao gerado no primeiro semestre do ano passado.

«Com uma margem EBITDA (ou «cash flow» operacional) sobre vendas de 28%, o grupo continua a apresentar um valor muito superior aos valores divulgados este semestre pelos seus concorrentes europeus que, em média, atingem os 16%.

Por sua vez, o «cash flow» gerado atingiu os 107 milhões de euros, evidenciando uma quebra de 14% em relação ao período homólogo do ano anterior.

As vendas totais também caíram 8%. No final de Junho, esta rubrica totalizava 516 milhões de euros.

A contribuição do negócio do papel foi de 74%, «sendo de assinalar que, apesar do clima de franca retracção da procura, o volume de papel vendido registou uma quebra de apenas 0,5% relativamente ao mesmo período de 2002».

«A quebra das vendas deve-se, exclusivamente, ao produto em bobinas, tipicamente menos remunerador e mais sensível ao fraco desempenho das principais economias mundiais, que determinou um decréscimo sensível dos níveis de encomendas de papel de impressão e escrita», refere o comunicado.

Em contraciclo, comportaram-se os papéis de escritório e dos grandes formatos, que cresceram, respectivamente 6% e 3%.

Em relação ao negócio da pasta, as vendas do semestre ascenderam a 290 mil toneladas de pasta branqueada de eucalipto, menos 25 mil toneladas que no mesmo período do ano anterior.

Pela positiva, pontuou a redução do endividamento líquido em 10%, de 1,09 mil milhões de euros, no primeiro semestre de 2002, para 985 milhões de euros.

As acções da Portucel fecharam a subir 1,54% para os 1,32 euros.

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