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"Luciano e a fábrica de chocolate" em exibição na Avianense

Um empresário que fez fortuna no sector têxtil reactivou a mais antiga produtora portuguesa de chocolates. Oito anos depois já poucos lhe chamam "tolo" e prepara-se para abrir uma fábrica-museu e exportar para o Kuwait.

Paulo Duarte/Negócios
30 de Maio de 2013 às 00:01
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Teve um talho, passou pelo ramo imobiliário, enriqueceu no sector têxtil e quase a completar meio século de vida ainda arranjou uma nova "dor de cabeça" empresarial: juntar as "aparas" da falida Avianense, a mais antiga produtora portuguesa de chocolates, fundada em 1914. "Toda a gente me chamou tolo", lembrou ao Negócios o proprietário Luciano Costa.

Em meados de Junho vai inaugurar uma nova fábrica para suportar a expansão nacional e internacional da marca, que tem como "ex-líbris" – e produto mais vendido – o bombom "Imperador", feito com chocolate de leite e amêndoa torrada nacional.

Foi uma loucura diferente daquela de Tim Burton, o excêntrico realizador do filme "Charlie e a fábrica de Chocolate", protagonizado por Johnny Depp em 2005. O ano preciso em que o empresário de Barcelos retomou o fabrico dos chocolates – "adorava aqueles pauzinhos das pastas azuis no meio de um pão" – nas instalações de uma fábrica de confecções, depois de arrematar a marca, os equipamentos e a frota da empresa por cerca de 150 mil euros.

A falência da sociedade Lima e Limas, que a administrava e empregava 48 pessoas, foi decretada pelo Tribunal Judicial de Viana do Castelo a 24 de Setembro de 2004. Acumulava dívidas de 2,2 milhões de euros, metade das quais ao Estado, o maior credor, relativas a IRS, IVA e Segurança Social.

Para chegar à actual facturação de quase um milhão de euros, Luciano Costa seguiu "as antigas receitas" e retomou a produção com o chocolate tradicional, e não "aquele sucedâneo, que sabe a sabão" pelo qual a Avianense optara com a crise no pós-25 de Abril. Também renovou as embalagens, mas "a maior publicitação dos produtos é quando ele é bom", frisou.

"Lutar contra a maré"

Nascido há 56 anos em Durrães, a freguesia barcelense onde instalou a fábrica, sublinhou que "as coisas não estão muito fáceis", mas continuará "a lutar contra a maré". "Estou a investir, tenho injectado capital e pedido aos bancos". O último projecto, no valor de dois milhões de euros, é o da unidade produtiva, quatro vezes maiores e a escassos cem metros da actual. Além da área de produção, embalagem, armazenamento e escritórios, um museu contará a história da empresa e do fabrico do chocolate através de livros, filmes, fotografias, máquinas e outras curiosidades.

Esta nova fábrica, com 3.500 metros quadrados, vai aumentar entre 30% a 40% a actual produção, que ascende a 500 quilos de chocolate por dia, e absorverá mais cinco trabalhadores, que somarão aos 12 actuais. E, confiou o gestor, possibilitará que os produtos da Avianense cheguem a todo o País – até agora não conseguia estar na grande distribuição, por exemplo, por insuficiência produtiva – e a outros mercados estrangeiros, como Kuwait, que Luciano Costa quer juntar este ano a Espanha, Estados Unidos, Angola e Macau.

 
O momento

Em 2005, "toda a gente" lhe chamou "tolo" quando Luciano Costa decidiu arrematar a marca, os equipamentos e a frota da empresa por cerca de 150 mil euros. O empresário retomou a produção no espaço de uma antiga fábrica de confecções, que era também propriedade sua, na freguesia de Durrães, no concelho de Barcelos. A mesma onde em meados do próximo mês abrirá uma nova unidade que aumentará entre 30% a 40% a produção actual de 500 quilos por dia.

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