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José Sócrates admite "dúvidas legítimas" sobre construção da Ota
O primeiro-ministro, José Sócrates, reconheceu hoje que não é possível um "consenso absoluto" sobre a construção do novo aeroporto da Ota e que há "dúvidas legítimas" sobre o projecto.
O primeiro-ministro, José Sócrates, reconheceu hoje que não é possível um "consenso absoluto" sobre a construção do novo aeroporto da Ota e que há "dúvidas legítimas" sobre o projecto.
"Reconheço muitas dúvidas legítimas, mas as suas dúvidas não são legítimas. Seriam se, quando esteve no Governo, não tivesse confirmado a Ota com mais estudos", afirmou Sócrates, em resposta a uma intervenção crítica do líder do PSD, Marques Mendes, no debate mensal no Parlamento.
Marques Mendes levantou a questão do novo aeroporto durante o debate mensal de hoje e acusou o ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, Mário Lino, de "ter faltado à verdade" por ter dito que todos os estudos sobre a Ota eram públicos.
"Num debate na televisão disse que era tudo muito transparente e tudo conhecido. Menos de 24 horas depois, surge um relatório da Navegação Aérea que levantava séria objecções. O ministro mentiu", atacou Marques Mendes.
O líder do PSD acusou José Sócrates de "pactuar com um ministro que falta à verdade".
Para José Sócrates, "não há tempo a perder" e argumentou que é a altura de "decidir e executar uma obra essencial". "Não podemos passar a governação a fazer estudos", acrescentou.
Marques Mendes, que na semana passada se reuniu com o Presidente da República, Cavaco Silva, para sugerir a suspensão do projecto para "parar e pensar", voltou a dizer que "a Ota não é solução, mas o problema", é "caro, com um prazo de vida curto, sem possibilidades de expansão (...) e com problemas de segurança".
Também na semana passada, Cavaco Silva evitou "entrar em polémica pública" sobre o novo aeroporto da Ota, mas lembrou que a União Europeia (UE) exige estudos "custo-benefício" para projectos desta envergadura.
"A União Europeia, para financiar quaisquer projectos de certa dimensão, exige uma avaliação de custo-benefício, em que sejam considerados os benefícios monetários e económicos mas também aqueles que são intangíveis", afirmou Cavaco, no final do Roteiro da Ciência dedicada às tecnologias limpas, a 13 de Março.