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Jardim “deve ter um problema de memória”

Joe Berardo critica Ulrich e diz que Jardim deve andar esquecido dos almoços que teve consigo, quando ambos eram sócios. Mas está a favor de uma fusão entre o BCP e o BPI.

02 de Agosto de 2007 às 09:10
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O senhor é subscritor de todas as propostas na AG: alteração de estatutos, destituição dos cinco administradores...

Eu fiz isso porque estavam a tentar retirar os poderes ao presidente do conselho de administração.

Quem, os administradores?

Os cinco administradores [que estão contra Teixeira Pinto]. O Paulo é eleito pelos accionistas, como é que cinco administradores podem retirar esse poder? Não sei como é possível a CMVM, o Banco de Portugal, os accionistas ainda apoiarem Jardim Gonçalves depois destas mentiras todas. Primeiro foi o BPI: Ulrich disse que a La Caixa ia ser accionista de referência do BPI e até têm licença para ir a 33%. Não foi comunicado aos accionistas que havia alguém do exterior que queria ter uma participação grande no banco e eu vendi as minhas acções porque não sabia dessa informação.

Tinha acções do BPI e vendeu antes?

Sim, não sabia dessa informação. Quando ele diz isso numa conferência de imprensa eu já tinha vendido. Fiquei muito prejudicado. Agora, na última AG, foi dito que o BPI ia pedir autorização para vender as acções do BCP. Agora, sem autorização dos accionistas, em vez de vender, compraram mais 1,5% e talvez não possam exercer todos os seus votos, têm limitações de votos.

Então como explica a posição do BPI?

Alguma coisa que está ali a acontecer. Jardim Gonçalves já disse que via com bons olhos esse [aumento de posição do BPI].

Faz sentido a fusão dos dois bancos?

Sempre acreditei que para termos um banco a nível europeu é muito bom que haja uma fusão ao nível destas duas instituições. Não sou contra. Mas os accionistas e a CMVM têm que ter informação. O BPI tem que explicar o que se passa.

Mas o BPI já disse como é que ia votar e que não ia lançar nenhuma OPA.

Como é que eu posso acreditar nisso quando ele, Ulrich, pediu autorização para vender as acções e faz o contrário? Como é que posso acreditar numa pessoas assim? É errado.

Mas mesmo assim acha que seria bom para o BCP haver fusão com o BPI.

Seria bom ter uma ideia de uma fusão, sempre a apoiei. O que não apoio é ser um membro como Jardim Gonçalves a fazê-lo. Ele tem um problema de identificação: disse no "Público" que não me conhece. Ele já tem uma certa idade e acho que ele tem o problema de Alzheimer; de memória. Quando eu era presidente do banco Lisbon and South Africa ele era presidente do Banco Português do Atlântico, éramos sócios. Fui diversas vezes almoçar sozinho com ele. Tive diversas reuniões com ele. Se diz que não me conhece, o homem deve ter algum problema.

Seria possível fazer essa fusão com o Dr. Teixeira Pinto como presidente?

O presidente do BPI não tem que fazer um negócio com Jardim Gonçalves mas com o conselho de administração. Se houver uma OPA, o conselho de administração do BCP...

Mas pode não haver OPA, mas antes um acordo negociado

Não pode. Não podem esconder-se assim.

Então se o BPI quiser uma fusão com o BCP tem de lançar uma OPA?

Há outra maneira. Para fazer um acordo, seja em acções ou dinheiro, se é isso que Jardim Gonçalves e Ulrich estão a planear, quem tem responsabilidade é o conselho de administração.

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